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Três Lagoas, 26 de abril

Moradores do Jupiá pedem revitalização da prainha

Um dos principais pontos turísticos de Três Lagoas, o Jupiá, está abandonado

Por Arthur Freire/JP
04/04/2013 • 09h13
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Um dos poucos pontos turísticos de Três Lagoas, o Jupiá, pede socorro. O local, embora muito visitado por três-lagoenses e turistas, está abandonado pelo Poder Público. A ponte da linha férrea “Francisco de Sá” é um dos cartões-postais da cidade, mas nem mesmo esse fato, somado à vista do rio Paraná, fizeram com que o bairro receba obras de revitalização. 

O comerciante Miguel Pereira da Silva, proprietário da lanchonete Beira Rio há 25 anos está desiludido com o Jupiá. Segundo Silva, a área não conta com rede de esgoto, por isso seu estabelecimento tem fossa, que enche com muita rapidez. “Toda a semana tenho que solicitar o serviço do caminhão limpa fossa. Pago R$ 60 por limpeza. É um custo alto”, frisou.
Além disso, as margens do rio Paraná, onde há bares e restaurantes, não dispõem de qualquer projeto de revitalização, limpeza e pavimentação. 

Outro problema apontado pelos comerciantes instalados às margens do rio Paraná é o cheiro exalado por válvula de escape implantada para fazer com que a água de uma lagoa próxima ao local desague no rio Paraná. O comerciante Antoniel dos Santos Campos, dono de pedalinhos, barcos e lanchas para passeios aquáticos, diz que o mau cheiro é insuportável. “Por conta deste odor chego a perder clientes”, explicou. Ele também contou que, às vezes, precisa entrar na lagoa para pegar isca para pescar. “Depois que saio da lagoa preciso tomar vários banhos para retirar o “fedor”, pois a água de lá é muito fedida”, explicou. 

Moradores suspeitam de que haja ligação clandestina de esgoto nesta lagoa. Mas, tanto na Secretaria Municipal de Meio Ambiente quanto na Empresa de Saneamento Básico de Mato Grosso do Sul (Sanesul) não há qualquer estudo em andamento sobre a área.

Para os comerciantes, as autoridades precisam resolver os problemas do Jupiá, entre eles a revitalização do local. 

SOM ALTO
Outra desilusão do comerciante é quanto a alguns frequentadores que vão ao Jupiá para “bagunçar”. “Um dia desses, teve uma moçada aqui que estacionou os veículos na rampa de embargue e desembargue dos barcos, e ainda ligou o som automotivo na maior das alturas. A turma tinha caixas térmicas com cervejas. Depois de beberem muito, fizeram suas necessidades fisiológicas na beirada do muro da minha lanchonete”, contou horrorizado. E continuou: “Somente neste dia, perdi boa parte da minha clientela que foi embora diante de tanta baderna. Tive um prejuízo de R$ 3 mil”, pontuou Silva.

Nesse dia, a Polícia Militar foi acionada pelos comerciantes do bairro. Porém, os baderneiros, segundo Silva, ao perceberam a chegada da PM, abaixaram o som e também liberaram a entrada e saída da rampa. Mas, logo que os policiais foram embora, a turma aumentou novamente o som.

De acordo com o comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Wilson Sérgio Monari, especificamente nesse dia citado pelo dono da lanchonete Beira Rio, ou seja, 31 de março, estava agendado um campeonato de som automotivo no clube ADC São Luiz, porém, o evento foi cancelado e os competidores se deslocaram para o Jupiá e também para a Lagoa Maior. “A PM teve problemas nessas duas localidades. Na Lagoa, os policiais autuaram alguns motoristas”, informou o comandante. 

Silva informou que o hábito de ouvir som alto no Jupiá se intensificou nos últimos três anos e, segundo ele, está espantando seus clientes, compostos por famílias, crianças e idosos. 

A secretária municipal de Planejamento e Gestão, Carmem Lúcia Ribeiro Goulart, foi procurada por telefone pela equipe de reportagem do Jornal do Povo, durante três dias consecutivos, para falar se existe algum projeto para o local, mas não atendeu as ligações e nem mesmo agendou um horário para atender a equipe.

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