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Três Lagoas, 20 de abril

Morte de Érica foi filmada por ordem de facção, diz Polícia Civil

Ala feminina de facção criminosa teria sido encarregada de executar duas mulheres; uma delas, em Três Lagoas

Por Valdecir Cremon, Kelly Martins e Alfredo Neto
02/11/2019 • 07h00
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A Polícia Civil de Três Lagoas deu prosseguimento, nesta semana, ao combate ao crime organizado na cidade, com o lançamento da Operação Halloween, após emissão de 18 mandados de prisão preventiva e busca e apreensão contra acusados de pertencerem a uma organização criminosa que age em presídios de todo o país. 

A operação - que não foi finalizada na quinta-feira, 31 de outubro, Dia das Bruxas - é um desdobramento das investigações do assassinato de Érica Rodrigues Ribeiro, de 29 anos, ocorrido no dia 3 de setembro deste ano, num local conhecido por Cascalheira, na margem sul-mato-grossense do rio Paraná.

Segundo a perícia técnica, a mulher foi morta com pelo menos 10 golpes de faca nas costas e pescoço. A identificação dela foi feita por parentes, no dia seguinte ao assassinato.

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A execução teria sido comandada por Adelice Honorato, de 23 anos, conhecida na facção por “viúva negra”, presa em Araçatuba (SP), no dia 8 de outubro. Ela e outras mulheres que seriam de uma ala feminina da facção também teriam assassinado  Daniele Pereira Magalhães, de 17 anos, em Corumbá, em agosto - uma semana antes do crime ocorrido em Três Lagoas.

O inquérito aponta que a morte de Érica teria sido ordenada supostamente por ela ter abusado sexualmente uma menina de 8 anos de idade, filha de um casal vizinho do bairro onde morava - autor do pedido de vingança à facção por meio de um parente que está preso por tráfico de drogas e que seria ligado à organização criminosa. Os abusos sexuais teriam durado um ano.

A família da criança será indiciada pela morte de Érica, segundo a polícia. A execução teria sido encomendada à facção - o que está sendo investigado.

Até agora foram identificadas 19 pessoas envolvidas na sequência de crimes - 13 delas integrantes da facção. Na operação, foram presas 10 pessoas que tiveram participação em um “tribunal” e na execução de Érica. Há suspeita semelhante no caso de Daniele, que teria sido “julgada” por ser simpatizante de uma facção rival, que age no Estado.

EM VÍDEO

De acordo com o delegado Roberto Guimarães,  que atuou na operação, a morte da mulher foi transmitida por meio de um aplicativo de celular a criminosos de várias regiões do Estado com funções dentro da facção - parte deles já presos. “Estamos apurando essa informação com perícia em celulares que foram apreendidos”, revelou. 

Além de policiais de Três Lagoas, a operação teve apoio da Polícia Federal e agentes de Bataguassu, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina, Corumbá, Água Clara e Dracena (SP), além da Polícia Militar. Não houve resistência às prisões.

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