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Três Lagoas, 19 de abril

‘MS teve um ano positivo mesmo diante de uma pandemia’, diz governador

Em entrevista a rádio CBN Campo Grande, Reinaldo Azambuja falou da vacina contra a Covid e avaliou a economia do Estado

Por Beatriz Magalhães
13/12/2020 • 07h00
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Em um ano cheio de desafio por conta da pandemia da Covid-19, a descoberta de vacinas eficazes e autorizadas é sem dúvida, uma notícia importante. Em entrevista à CBN Campo Grande na  última quarta-feira (9), o governador Reinaldo Azambuja, falou sobre o plano de imunização contra o Coronavírus no Estado. Ele participou da reunião virtual com o Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello,  e outros governadores para tratar do assunto. Azambuja comentou também sobre as conquistas de um ano tão atípico e desafiador. Confira os principais trechos.  

O senhor participou de uma reunião com o ministro da saúde, Eduardo Pazuello. Gostaria de saber o que o senhor pode contar sobre esse encontro. 
Reinaldo Azambuja
 -Estivemos ontem em reunião com o ministro. Já tínhamos tido outra quando pedimos ao ministro uma solução, se a vacinação da Covid-19 entraria, como são todas as vacinas hoje, no programa nacional de imunização.
Para você ter uma ideia, a vacina da Gripe, Paralisia Infantil, e Sarampo, todas são distribuídas pelo Ministério da Saúde, e os estados, com a ordem do Ministério, fazem a vacinação dentro das estruturas estaduais, em cada um dos municípios. Não poderia ser diferente na questão do Covid-19. O Ministro nos disse que o governo federal vai tomar a atitude, desde que tenha as vacinas aprovadas. Sendo assim, nós pedimos  que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) possa analisar rapidamente essas vacinas, que estão para em fase de registro. Muitas delas já estão na fase três. Quanto a isso, o ministro disse que o governo, através do ministério, seguiria a mesma regra, que é possibilitar que os estados recebam a vacina, e possam, dentro de um plano nacional, fazer a imunização dentro dos nossos estados. Essa foi a fala do ministro. Vamos aguardar. 

Sabemos que tem uma questão política e de discussão, porque o governador de São Paulo já anunciou que em 25 de janeiro inicia em São Paulo, mas até agora não temos ainda nenhuma das vacinas de nenhum laboratório, aprovadas no Brasil. Vamos ter que aguardar a Anvisa se manifestar e saber qual vacina virá disponível. 
Eu disse que temos recursos disponíveis para comprar. Essa não é a lógica correta, que seria ser feito via ministério. Mas, se necessário, e se cada Estado for buscar um laboratório para poder fazer a compra e imunização eu posso dizer que Mato Grosso do Sul também já está preparado com os recursos disponíveis, se assim houver. Espero que não seja assim, porque toda regra de vacinação, a nível nacional, é coordenada pelo Ministério da Saúde.

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Mato Grosso do Sul acabou fazendo ao longo do ano, vários termos de cooperação com institutos de pesquisas, que estão atrás da vacina. Claro que falta a aprovação da Anvisa, mas, o Estado receberia essas doses por conta dessas parcerias? Como funcionaria isso? 
Reinaldo -
Nós fizemos parcerias com o instituto Butantan, com a Fiocruz e fizemos outras parcerias. Temos três ou quatro grandes parcerias. Agora, a lógica de vacinação, a nível nacional, é pelo Ministério da Saúde. Ontem o ministro Pazuello disse que ele não vai deixar quebrar essa regra. Existe um plano nacional de imunização, e se é um plano nacional, ele abrange os 27 estados e os municípios. Segundo o Pazuello, o ministério vai assumir essa responsabilidade, que todas as vacinas que tiverem a aprovação da Anvisa serão bem-vindas e entrarão no hall para distribuição e a gente espera que tudo seja feito via Ministério e que não tenhamos que desconstruir aquilo que já é uma norma, que é o Programa Nacional de Imunizações, no qual o Ministério é o detentor de toda essa organização.

O que o senhor pode dizer sobre decreto que vai restringir a mobilidade nas cidades.  
Reinaldo -
Nós estamos pedindo isolamento, cuidado, manutenção da máscara, afastamento. Mas, infelizmente, tem pessoas que não respeitam. Temos visto festas, confraternizações. Eu sei que está difícil se manter em casa, mas estamos nos 45 minutos do segundo tempo. Já dissemos que está chegando a vacina. Será que a gente não pode aguardar um pouco? Evitar festas, aglomerações. 
Se nós não restringirmos os encontros e festas, nós vamos explodir o sistema público de saúde. Já estamos no limite dos leitos. E cada dia mais pessoas contaminadas. Se não tiver um freio vai faltar leitos, e com isso mais pessoas podem vir a óbito.
Nós queremos evitar mortes.  Estamos fazendo de tudo para controlar a pandemia. As pessoas têm que ter o cuidado. Se os municípios não tomam atitude, o Estado vai ter que tomar atitudes. 

O senhor está chegando ao final do sexto ano de mandado e de um ano especialmente difícil para todo mundo. Covid-19, crise e até uma eleição municipal. Qual sua leitura de 2020, analisando prós e contras, focando na economia?  
Reinaldo -
Primeiro que foi um ano extremamente difícil para todos os setores. Tivemos que tomar decisões na área da saúde, economia, mas decisões importantes. Quanto aos empregos, ficamos muito contentes que Mato Grosso do Sul, já gerou até o mês de outubro, 11.799 vagas de empregos com carteiras assinadas, positivamente. Hoje nós temos um dos melhores resultados do Brasil. Segundo que esse ano apenas cinco estados vão crescer e Mato Grosso do Sul deve ser o segundo estado em crescimento do Brasil. Isso mostra que tivemos pujança para crescer mesmo na pandemia, diferente da maioria dos estados brasileiros. Terceiro é que a projeção do PIB de 2021 é que no estado deve ser o primeiro crescimento de Produto Interno Bruto do país. Nós tivemos um ano difícil enfrentamos a pandemia, controlamos o sistema, sempre pedindo o isolamento. Mas, economicamente o Estado, em meio a pandemia, cresceu. 
Nós abrimos mais de 6 mil empresas este ano. Isso é extremamente positivo, e mostra que Mato Grosso do Sul oferece oportunidade de emprego, crescimento, e melhoria de PIB. 

O governo conseguiu manter a pauta de 2020 mesmo com todos esses problemas trazidos pela pandemia? 
Reinaldo -
Eu acho que o mais importante foi manter uma pauta da saúde. Nós não nos pautamos pela ciência. Ouvimos e tivemos um resultado muito satisfatório no ensino no enfrentamento à pandemia e mantivemos a atividade econômica e o investimento. Mato Grosso do Sul, este ano, é de longe o primeiro estado em investimento do Brasil. Nós estamos com 385 reais por habitante ano enquanto o segundo,  o Espírito Santo, está com 257. Esses investimentos são aqueles das obras, estruturas, das parcerias com os municípios. Foi extremamente relevante a atitude tomada.
Quanto a folha de pagamento. Pagamos em novembro no dia 27. Em primeiro de dezembro pagamos o décimo terceiro e o servidor escolheu a data. Quase R$1 bilhão circulado. No primeiro dia útil de janeiro, nós vamos saldar a folha de dezembro, são mais R$ 480 milhões. São R$1,5 bilhão em 37 dias. Isso dá previsibilidade para o servidor, e para o comércio. Isso é muito relevante. Eu posso dizer que Mato Grosso do Sul teve um ano extremamente positivo, mesmo enfrentando a pandemia. 

Agora falando sobre o Pantanal. Para 2021, o governo já está pensando estratégias para evitar o que aconteceu esse ano? 
Reinaldo - 
Nós temos uma estratégia que é fortalecer as estruturas de combate a incêndios florestais. Este é um ano extremamente atípico. Nós tivemos a maior seca dos últimos 50 anos do Pantanal. Aquilo que era rio virou deserto. Tinha uma grande maça de material combustível, e isso trouxe esse incêndio de proporções incalculáveis.
O Estado fez a sua parte, com os parceiros, mas, estamos agora ampliando ainda mais o investimento. Agora, nós estamos com vários equipamentos para combate a incêndio florestal, que totalizam mais de R$ 30 milhões de recursos próprios. 
Quando estive em Brasília eu entreguei ao presidente Bolsonaro um plano de Combate a Incêndios Florestais, uma base conjunta na divisa do Mato Grosso do Sul com o Mato Grosso, no Pantanal. 
Acho que se a União apoiar a iniciativa, nós podemos ter uma grande frente do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e o Governo Federal no combate. Mas não estamos esperando.  

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