RÁDIOS
Três Lagoas, 25 de abril

Município vai à Justiça contra acordo que reduziu cota de ICMS da energia

Administração de Três Lagoas vai tentar cancelar judicialmente documento que favorece Governo de Mato Grosso do Sul

Por Ana Cristina Santos
24/02/2018 • 12h00
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Até o final da primeira quinzena de março, a Prefeitura de Três Lagoas vai ajuizar uma ação civil pública contra o governo do Estado com pedido de cancelamento de um acordo fechado nas administrações da prefeita Márcia Moura (PMDB) e do ex-governador André Puccinelli (PMDB), que impede o município de receber “valor adicionado” sobre o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) pela venda da energia gerada na hidrelétrica de Jupiá, mesmo com a definição de que o domicílio fiscal da usina fica em Mato Grosso do Sul e não em Castilho (SP).

De acordo com o assessor jurídico da prefeitura, Luiz Henrique Gusmão, desde essa definição a Companhia Energética de São Paulo (Cesp) - até então responsável pela operação da usina - passou a emitir nota de geração de energia para Mato Grosso do Sul e não mais para o Estado de São Paulo. Com isso, Três Lagoas teria direito de receber um percentual maior do ICMS, o que não ocorreu até hoje.
Gusmão explicou que o montante entra no caixa do governo estadual, que distribui em fatias aos municípios. As cidades geradoras da energia e as afetadas pelas usinas têm direito de receber o valor adicionado.

Na região, Selvíria que passou a ser sede da hidrelétrica de Ilha Solteira, também não recebe. O acordo foi assinado em 2013 entre as prefeituras de Três Lagoas e Selvíria com o governo do Estado em troca de obras. De acordo com o documento, os prefeitos abriram mão de receber qualquer cálculo extra sobre a geração de energia.

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Ainda segundo Gusmão, o acordo de Três Lagoas foi feito em troca de R$ 20 milhões para a construção do Hospital Regional e a pavimentação da avenida de acesso ao aeroporto. Em Selvíria, em troca de obras de asfaltamento. 

Gusmão disse que o acordo é renúncia fiscal e que esse será o argumento para tentar cancelar a negociação, porque prejudica a receita do município. O assessor jurídico disse que não é possível saber quanto Três Lagoas deixou de receber porque se trata de receita variável, de acordo com a energia gerada. Mas, cálculos extraoficiais estimam perda próxima de R$ 200 milhões.

Gusmão disse também que o município tentou cancelar o acordo amigavelmente antes de decidir pela discussão judicial.

DOCUMENTO
A primeira cláusula do acordo diz: “O presente termo tem como objetivo pactuar obrigações e repasses voluntários entre as partes para cumprimento e deveres constitucionais e legais, extinguir, com renúncia a direitos, litígios judiciais em trâmite e prevenir outros que questionem os critérios de cálculo do índice de participação dos municípios adotado pela Secretaria de Estado e Fazenda no que tange aos valores adicionados apurados pelas usinas de energia elétrica situadas nos territórios dos municípios e Estado”.

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