RÁDIOS
Três Lagoas, 25 de abril

Júri de Joice Espíndola será nesta quarta, a partir das 8h

Cabeleireira acusada de homicídio recorreu por quatro vezes à Justiça para tentar sair da cadea

Por Kelly Martins
21/08/2019 • 07h01
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Ao completar um ano e três meses da morte do vendedor de tijolos Camilo de Freitas, que morreu após ser atingido por uma facada no peito, a acusada pelo crime enfrentará júri popular. A cabeleireira Joice Espíndola da Silva, de 35 anos, sentará no banco dos réus hoje, quarta-feira (21), a partir das 8h, no Fórum de Três Lagoas. A audiência foi determinada pelo juiz da 1ª Vara Criminal, Rodrigo Pedrini Marcos.

O crime ocorreu no dia 20 de maio de 2018, durante uma discussão entre Camilo e Joice, no bairro Bom Jesus da Lapa, quando, supostamente, ele estaria agredindo a mulher Larissa Fontoura, de 20 anos. Joice e os filhos, de 18, 16 e 11 anos, passavam pelo local. Três dias depois a cabeleireira foi presa e desde então aguarda pelo julgamento no Estabelecimento Penal Feminino da cidade. 

TESTEMUNHAS

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Foram arroladas nove testemunhas no processo, sendo quatro pelo Ministério Público Estadual (MPE), por meio do promotor Moisés Casarotto, titular da 9ª Promotoria de Três Lagoas, e cinco pela defesa. De acordo com o advogado Flávio Burgos, os três filhos da cabeleireira estavam com ela no momento em que ocorreu a discussão e por isso vão prestar depoimento como testemunhas. O marido da acusada, Jack Douglas Lima, foi até o local logo após o fato e levou Joice para a casa de um amigo. Ele disse que teve medo da mulher sofrer agressão dos populares. 

A última testemunha arrolada pela defesa é Tatiana Barroso Ferreira, de 39 anos. Ela teria presenciado o momento em que o crime ocorreu e a ocasião em que Joice pediu ajuda para socorrer Camilo após a facada. Tatiana está presa desde janeiro deste ano por tráfico de drogas após ser flagrada com entorpecente no guarda-roupa durante a Operação Themis, realizada pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em conjunto com o Batalhão de Choque e corregedoria da Polícia Militar. Ela é prima da vereadora Marisa Rocha, que também foi presa na ação, e será escoltada pela Polícia Militar até o Fórum. 

Pela acusação, a viúva Larissa Laís Fontoura, de 24 anos, também está entre as testemunhas arroladas pelo MP. Ela e Camilo foram casados por cinco anos e tem uma filha, hoje, com três anos de idade. Larissa protocolou pedido de indenização no valor de R$ 1 milhão à Justiça por danos morais e materiais contra a família de Joice. O processo tramita em segredo de Justiça. 

Outros três - Waldinei Hélio Fran, João Donizete Machado da Silva e Rafael Jesus Silva - estavam no cruzamento das ruas Oscar Guimarães e Josino da Cunha Viana, zona Nrte da cidade, quando vendedor de tijolos morreu. Eles vão relatar o que de fato teria ocorrido na ocasião. 

ALEGAÇÃO

A defesa de Joice Espíndola contesta a prisão e alega que é ela é  ré primária. Ao longo do período foram quatro tentativas de liberdade, por meio de pedidos de habeas corpus, no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) e no Supremo Tribunal Federal (STF). Três foram negados e o quarto ainda está sob análise do Supremo. Em uma entrevista exclusiva à reportagem e autorizada pelo juiz Rodrigo Pedrini, no mês de março deste ano, a acusada afirmou que não tinha intenção de matar Camilo. 

“Eu jamais pensei em tirar a vida de qualquer pessoa. Foi uma fatalidade, um acidente. Só agi em legítima defesa do meu filho”, disse. 

Na denúncia do MPE, o  filho de 16 anos de Joice teria segurado a vítima para a mãe aplicar o golpe de faca. No entanto, nenhum dos filhos aparece no processo criminal como responsáveis pela morte. 

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