RÁDIOS
Três Lagoas, 07 de maio

'Nunca tivemos tanta necessidade de educação financeira'

Marçal Rogério Rizzo é economista e professor da UFMS

Por Redação
08/12/2019 • 18h00
Compartilhar

O mundo do consumo está a nossa vista todo momento. A sociedade está conectada na internet e nas redes sociais e muitos buscam o consumo para a ostentação. A tecnologia facilita a forma de comprar, pagar e se não houver controle se endividar. Para Marçal Rogério Rizzo (economista e professor da UFMS – Campus de Três Lagoas) essa mistura de fatores traz a necessidade de termos a Educação Financeira como foco.

A Educação Financeira é necessária ou é mais um modismo?

Marçal Rogério Rizzo – Nunca na história da humanidade tivemos tanta necessidade de Educação Financeira como estamos tendo agora. Os tempos são outros e boa parte do mundo já sente as diferenças que obrigam a educar a população para essa mudança. Hoje recebemos diariamente muitos estímulos que nos indica o caminho para a compra. A tecnologia encurtou a distância entre o consumidor e o vendedor e facilitou o pagamento. Somos bombardeados por ações de propaganda e marketing que estimulam o consumo. Sintetizando hoje temos incitações e facilidades para nos endividar e a Educação Financeira se faz cada vez mais necessária. 

JPNEWS: CAFÉ COM NEGÓCIOS 04 - DE 19/04/2024 A 14/05/2024
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Diante de tantas transformações quais podem ser os problemas que a sociedade pode ter 

Uma sociedade endividada em razão do consumismo e do descontrole financeiro pode levar a outros graves problemas como perda de foco; alto índices de divórcio; depressão e até mesmo ao suicídio. Vivemos um momento delicado onde surgem patologias que tem relação com o consumo como a “oneomania” que é o vício em compras. Muitas vezes a pessoa nem sabe que está doente, é viciada em compras e sente um prazer no ato da compra comparado ao do álcool. O contexto é tão grave que já existem grupos de autoajuda intitulados “Devedores Anônimos”.

A Educação Financeira pode cooperar para evitar ou amenizar o endividamento, a inadimplência, o consumismo e consequentemente oneomania? 

Sem dúvidas. A Educação Financeira traz limites nos gastos. Se bem pensada e executada ensina as pessoas a diagnosticar seus gastos e suas receitas; ensina as pessoas a sonhar; ensina as pessoas a dar volume nos seus sonhos com valores e prazos e, claro, a poupar e a investir visando a realização de sonhos e prioridades. Temos que ressaltar que há casos que a Educação Financeira não será suficiente para tirar a pessoa da oneomania, será necessário um tratamento com acompanhamento das áreas da psiquiatria e psicologia.

Quem tem que receber lições de educação financeira? 

Penso que para este assunto todos podem aprender algo. Devemos repensar nossas ações e talvez nos reeducarmos. Agora o foco principal tem que ser a criança e o jovem. Há uma importante autora americana chamada Neale S. Gosfrey que assegura que a criança a partir dos 3 anos de idade já pode ser inserida no mundo da Educação Financeira, claro que, de forma lúdica e planejada com brincadeiras e jogos. Já os mais grandinhos podem ser auxiliados a saber o valor das coisas e a desenhar sonhos de curto, médio e longo prazos. Independentemente da idade; do grau de instrução; da renda ou de classe social todos podem e devem ser educados financeiramente.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.

Mais de JPNews Três Lagoas