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Três Lagoas, 18 de abril

O tempo da política

Confira o Editorial do Jornal do Povo, na edição deste sábado

Por Redação
15/08/2020 • 06h10
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A disputa eleitoral pelas prefeituras e vagas nas Câmaras Municipais são a base, o primeiro passo, para a disputa pelo poder nos Estados e no País, que acontece logo adiante, dois anos depois. Aos mais ansiosos e afoitos pode parecer muito tempo, mas em termos administrativos, é um estalo, um instante.

A diferença do tempo político para a o tempo real tem muito a ver com a burocracia que impede as gestões de decisões e providências rápidas e urgente quase sempre. Abrir um processo, iniciar uma licitação, vencer os recursos administrativos e judiciais e, finalmente dar a ordem de serviço de uma obra de qualquer tamanho não acontece em menos de 120 dias, nas circunstâncias normais de temperatura e pressão. Isso para citar um exemplo.

Assim, é que vivemos hoje a iminência de uma campanha eleitoral quando o governo eleito na disputa anterior mal começou seu trabalho.  Passa a influir pouco ou quase nada para as mudanças e transformações, restando a ele e à sua oposição, o discurso.

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As propostas de reformas,  por exemplo, ficam restritas até agora a algumas mudanças nas leis trabalhistas e na previdência. Quanto à carga tributária, até se adianta o debate, mas a discussão ainda não está clara quanto a aumento ou não de tributos. E, quanto às demais, nada se fala ou faz,

Considerando a realidade ainda mais imediata, que trouxe para o cenário político a pandemia, a agilidade que a lei permite em casos excepcionais não se traduziu em benefício, projetos e obras mais rápidas. Politizada, a pandemia ficou no centro de um jogo de empurra nada produtivo e pouco esclarecedor sobre a responsabilidade pela contaminação. 

Mais trágico que as mortes, se considerar-se o tempo perdido além das vidas.

Assim, as reformas tardam, os projetos claudicam, as obras vão se postergando como os programas sociais. A emergência do atendimento à população e do combate à Covid-19 são os únicos sinais de movimento no cenário que continua a esperar por mudanças e providências, que, se vierem só depois da vacina, pouco poderão ser avaliados pelo eleitor que já estará de olho numa próxima escolha.

E ele é quem vive os efeitos do tempo e das oportunidades perdidas.

 

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