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Três Lagoas, 03 de maio

Obesidade atinge 15% das crianças de Três Lagoas, revela nutricionista

Patologia já é considerada como epidemia no município com registro de crianças pré-diabéticas e níveis alterados de colesterol

Por Tatiane Simon
27/05/2018 • 08h46
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Ver uma criança gordinha com bochechas rechonchudas e dobrinhas nas pernas pode até parecer que estamos falando de alguém bastante saudável; mas não é bem assim. Há algumas décadas até poderia ser assim, afinal, tratava-se de um período em que não existiam produtos alimentares industrializados nem tampouco antibióticos, logo, crianças mais nutridas resistiam melhor aos processos infecciosos na infância.

Atualmente, a obesidade alcança 15% das crianças de Três Lagoas com idade de zero a 12 anos. A nível nacional, 17% dos jovens com idade entre 12 e 17 anos estão acima do peso ideal, segundo o Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (Erica), do Ministério da Saúde. O levantamento também mostra que um em cada cinco adolescentes hipertensos, cerca de 200 mil, poderia não ter esse problema caso não fosse obeso. O relatório aponta que as causas que explicam a obesidade infantil estão relacionadas a fatores biológicos, ao acesso inadequado à comida saudável, a uma menor atividade física e à desregulamentação do mercado de alimentos gordurosos.

A obesidade infantil transformou-se em epidemia também em Três Lagoas. Isso porque, segundo a nutricionista pediátrica Renata Petruci, da Clínica da Criança, para que uma doença seja considerada uma epidemia é preciso que ela atinja de 3% a 5% da população. "Considerando que há aproximadamente 6 mil crianças três-lagoenses e cerca de 900 delas sofrem com a obesidade, logo, a epidemia da obesidade infantil é uma realidade em Três Lagoas”, esclarece Petruci.

A preocupação não é com a estética. Crianças com excesso de peso apresentam alterações nos níveis de colesterol e de glicose; são discriminadas pelos colegas na escola e alvo de brincadeiras de mau gosto. “Algumas crianças chegam, além da obesidade, com resistência à insulina, ou seja, é uma pré-diabética, com o colesterol alto ou com o colesterol bom abaixo do ideal”, declara a especialista.

LEI
A educação alimentar e nutricional passará a integrar os currículos das escolas públicas e privadas de todo o país, de acordo com nova lei publicada no diário oficial da união de autoria do deputado Lobbe Neto (PSDB-SP).  A lei não pede que seja criada uma disciplina específica. O objetivo é reduzir a obesidade infantil e fornecer informações sobre alimentação saudável às crianças desde cedo.

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