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Três Lagoas, 28 de março

Ônibus escolar lotados transportam crianças em Três Lagoas

Muitas crianças dos conjuntos habitacionais são transportadas em pé, e o pior de tudo, com a cabeça para o lado de fora da janela

Por Ana Cristina Santos
30/09/2017 • 07h35
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A capacidade máxima é para até 48 passageiros sentados, mas em Três Lagoas, os ônibus da empresa Viação Três Lagoas, que transportam alunos dos conjuntos habitacionais Novo Oeste e Orestinho, carregam muito mais do que isso, e sem nenhuma segurança.

Muitas crianças vão em pé, e o pior de tudo, com a cabeça para o lado de fora da janela. A reportagem pode constatar essa situação nesta semana ao acompanhar o trajeto desses ônibus. Os alunos relataram que essa é a realidade de todos os dias.

Os pais das crianças que são transportadas nesses ônibus afirmam que ficam com o “coração apertado” toda vez que os filhos saem de casa para ir estudar, e que só ficam tranquilos, quando eles retornam. “Na hora de ir e voltar os ônibus estão superlotados. Tenho uma filha de seis anos que chega em casa todos os dias reclamando de dor nas pernas porque fica o trajeto todo em pé. A reclamação é constante. Enquanto as crianças não chegam a gente fica preocupada, com medo de acidente, de acontecer alguma coisa”, disse Cristina Aparecida de Morais, mãe de três alunos  que são transportados nesses ônibus.

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A prefeitura mantém um monitor em cada veículo, mas não é o suficiente para dar conta da demanda de alunos. A maioria das crianças vai sozinha, sem nenhuma proteção. O problema do transporte coletivo nessa região já chegou até o Ministério Público Estadual. A promotora de Justiça Ana Cristina Carneiro Dias disse que o problema da superlotação nos ônibus foi levado a promotoria pela própria Secretaria Municipal de Educação, que fornece os passes escolares para o transporte dos alunos.

“Na última reunião que eu tive com a secretária de Educação ela disse que tem pais com o intuito de delegar suas atribuições para o município, têm colocado os filhos pela ‘janela do ônibus’, no sentido de que o filho tem que ir”, comentou a promotora.

Diante da situação, Ana Cristina disse que pediu para a secretária tomar as providências necessárias, mas também garantir que aquelas áreas tenham mais ônibus. Segundo a promotora, quando não existe escola nas proximidades das casas dos alunos, o município tem obrigação de disponibilizar o transporte quando o colégio ficar a três quilômetros de distância. Outra situação que complica ainda mais a situação, é que crianças menores de 12 anos não podem ser transportadas sem acompanhante. “Também estamos travando uma luta com o município para garantir o ônibus e para os pais que têm filhos menores de 12 anos, o passe escolar”, disse a promotora.

O diretor do Departamento de Trânsito, Flávio Thomé, disse que a prefeitura já disponibilizou o terceiro ônibus para atender a demanda da região e está  verificando o que pode ser feito em relação ao problema.

 

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