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Três Lagoas, 28 de março

Operação Atalhos segue sem indiciamentos nem prisões

Não foram divulgados nomes dos envolvidos nem das empresas que teriam cometido crimes em assinatura de contratos

Por Valdecir Cremon e Ana Cristina Santos
23/11/2019 • 13h09
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Seis meses depois de deflagrada, uma operação da Polícia Federal contra suposta fraude em contratos da Prefeitura de Três Lagoas, que envolveria empresas de ônibus de cinco cidades de Mato Grosso do Sul e de São Paulo - e que teve apreensão de R$ 2,4 milhões em dinheiro na casa de um dos suspeitos pelo crime - segue sem solução, indiciamentos ou prisões. 

Nesta semana, o delegado da PF em Três Lagoas, Caio Martins, disse por meio de um assessor que não houve nenhuma movimentação das investigações “que possa ser divulgada”. No contato com a reportagem, não foi divulgado se agentes políticos, funcionários da prefeitura e empresários envolvidos na investigação prestaram depoimento ou tiveram bens apreendidos nem se a Justiça Federal mantém o inquérito policial da Operação Atalhos sob sigilo, como anunciado em junho, na deflagração da Operação Atalhos, que teve atuação de 90 policiais.

Caio Martins entrou em férias nesta semana, com retorno previsto para janeiro do ano que vem, segundo o assessor. A reportagem não também encaminhou pedidos de informações à PF, por e-mail, no mês passado.

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As suspeitas de superfaturamento e desvios de dinheiro do Programa Nacional de Transporte Escolar, do Ministério da Educação surgiram em 2016, em análise feita pela CGU (Controladoria-Geral da União) sobre contratos assinados entre 2015 e 2017, com possível superfaturamento de R$ 1,6 milhão, durante a segunda metade do mandato da ex-prefeita Márcia Moura (MDB). A soma dos contratos chegou a R$ 12 milhões, segundo informações do superintendente da PF em Mato Grosso do Sul, Cleo Mazzotti, no dia da operação.

Os contratos previam transporte de estudantes da zona rural - prática comum nas prefeituras, com serviços terceirizados, todos feitos por meio de concorrência pública. A PF não divulgou os nomes das empresas.

A apreensão de dinheiro em malas, bolsas e caixas de papelão ocorreu no dia 29 de maio deste ano na casa de um ex-assessor da área de Educação da prefeitura. O dinheiro foi depositado em uma conta exclusiva da operação, na Caixa Econômica Federal. Não há informação se a ex-prefeita é investigada e não foram divulgados nomes de pessoas ou empresas envolvidas. Márcia Moura não dá declarações à imprensa desde que deixou o cargo na prefeitura, no final de 2016.

Na operação foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão também em Campo Grande e Naviraí, além de Três Lagoas (MS), e em Luís Antônio e Americana (SP), onde funcionam a matriz de duas empresas investigadas.

 

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