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Três Lagoas, 28 de março

Para psicólogo, ‘Baleia Azul’ é reflexo de problemas familiares

Ausência dos pais pode abrir espaço para entrada em desafio suicida

Por Sergio Colacino
21/04/2017 • 15h02
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O psicólogo Sidnei Muniz aponta falhas na relação entre pais e filhos como explicação para a repercussão do ‘jogo’ Baleia Azul, que incentiva jovens a se mutilarem e até cometerem suicídio. De acordo com o especialista, problemas psicológicos e psicóticos podem levar as pessoas a se ferir e até causar tentativas de tirar a própria vida. Mas o verdadeiro debate que a brincadeira de mal gosto levanta é o limite que os pais impõem e, principalmente, a participação deles no crescimento dos filhos.

Ele explica que para uma criança ou adolescente chegar ao ponto de cumprir desafios que lhe causa danos, existe um buraco no relacionamento familiar. “A criança, o adolescente tem aquela curiosidade pelo novo, pela descoberta, isso gera adrenalina. Por trás disso, os pais precisam estar atentos sobre como funcionam seus filhos”, afirma. Para ele, a rotina dos tempos atuais, que toma cada vez mais tempo, acaba afastando pais e filhos. “Sempre dizem ‘meus filhos estão sem limites’. Eu acho que os pais estão sem limites. Educar filho dá trabalho. E as pessoas não querem trabalho. Chegam em casa à noite, o filho está trancado no quarto, deixa lá e está tudo bem”, completa.

Mas Muniz alerta também para os sinais de problemas psicológicos que a participação em ‘jogos’ deste tipo podem mostrar. Segundo ele, o índice de casos de depressão em jovens cresce cada vez mais. “A depressão gera no indivíduo uma série de ações suicidas. Essa criança está vulnerável a esta situação e estes ‘curadores’ aproveitam para potencializar isso nos jovens”, avisa. Por isso, para o especialista é fundamental impor regras e, principalmente, conversar e fazer parte – de perto – do dia a dia dos filhos. “A criança com problemas dá sinais. Ela vai falar pouco, ficar muito tempo no quarto, não vai se alimentar direito. São pequenos indícios de que algo está errado. Então é a hora de se aproximar desse filho e trazer ele para perto”, conclui.

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