Este editorial não irá tratar das péssimas condições de tráfego de dois terços da rodovia BR-262, entre Três Lagoas e Campo Grande, como poderia ser compreendido pela composição de seu título, apesar de ricamente apropriado para o tema. A ideia é mostrar que a relação política de Três Lagoas com a capital ainda trafega por pista simples, sem acostamento e sinalização, com sérios riscos de acidentes. 

O distanciamento político da Capital Mundial da Celulose com a capital do Estado parece ser bem maior que os 325 quilômetros que separam as duas cidades, pela rodovia. As relações esfriadas por esse distanciamento sinaliza uma baixa importância do município - senão de toda a Costa Leste - no cenário estadual. Nada condizente com a realidade, principalmente no aspecto econômico, visto que Três Lagoas é, já há algum tempo, a cidade maior exportadora de Mato Grosso do Sul.

Não fossem projetos do Hospital Universitário, um projeto de casas populares, obras de asfalto e de saneamento, pouco se veria do Estado na cidade. Do governo federal nada se vê além dos serviços essenciais, obrigatórios e insubstituíveis.

Três Lagoas, por outro ângulo da reflexão, é quase capaz de caminhar sozinha e resolver seus problemas. O orçamento que a cidade acumula cada vez mais volumoso ano a ano prova que a dependência de Campo Grande e de Brasília será cada vez menor, como ocorre com outras cidades importantes: Campinas e Ribeirão Preto, por exemplo, no Estado de São Paulo. 

Mesmo assim, é necessário frisar que o relacionamento distanciado não é bom para nenhum dos lados e precisa ser eliminado com urgência.