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Três Lagoas, 24 de abril

Paranaíba analisa solo para iniciar plantio de soja

Produtores já buscam diversificação com cana-de-açúcar, eucalipto e seringueira

Por Luana Chaves
09/05/2013 • 08h23
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Paranaíba manteve por muitos anos a pecuária como atividade predominante do setor rural. Agora, está apostando na diversificação da produção para acelerar o processo de desenvolvimento, aproveitando o embalo do setor sucroalcooleiro e da silvicultura (eucalipto e seringueira). Mas há, ainda, outra aposta: o plantio de soja. Essa alternativa, no entanto, depende de análise agronômica do solo. 

A produção de carne e de leite, segundo o presidente do Sindicato Rural, Wilberto Amaral, vão continuar como setores importantes da economia, mas deverão perder terreno para outras atividades no processo de diversificação na área produtiva, como já se verifica com a expansão do plantio da cana-de-açúcar, do eucalipto e da seringueira. Paranaíba tem mais de duas mil propriedades rurais.

A diversificação da produção, conforme o presidente da entidade, será essencial para capitalizar o setor agropecuário. “A pecuária vai continuar. No entanto, teremos a cana-de-açúcar, o eucalipto e a seringueira”, apontou. Uma das apostas do Sindicato Rural é o arrendamento de terras para as grandes usinas. De acordo com Amaral, muitas tentativas foram feitas para a instalação de uma destilaria. Além disso, foi cogitada a instalação de algumas usinas. Os projetos não se concretizaram, mas a luta para o desenvolvimento do setor sucroalcooleiro continua, com as usinas Coruripe e Odebrecht. 
“A cana-de-açúcar, agora, com a Coruripe comprando uma área para a construção da usina, será uma forte aposta. Nós sabemos que eles [Coruripe] já arrendaram mais de oito mil hectares no município e a antiga Brenco, ETH e hoje Odebrecht continuam com aproximadamente quatro mil hectares plantados. Então, se formos analisar, já temos em torno de 12 mil hectares de cana plantada”, avaliou.

Vários produtores rurais optaram pelo plantio de eucalipto e fecharam contrato com a Eldorado Brasil, em Três Lagoas. Já outros preferiram a seringueira. “Com tudo isso, eu acho que vai melhorar muito a economia do nosso município, porque não ficaremos centralizados somente na pecuária, como fomos por muitos anos”.

NOVOS PROJETOS
Para auxiliar ainda mais os produtores rurais, o Sindicato Rural busca parcerias junto ao Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul). Além disso, foi lançado o projeto “Mais Inovação”. Para o ingresso do município no mercado da soja, a Fundação Chapadão foi encarregada das análises do solo. Esses projetos são considerados de longo prazo, entre 12 e 24 meses, segundo o Sindicato.

Ainda de acordo com Amaral, o “Mais Inovação” irá atender, inicialmente, 15 produtores rurais, com projetos individuais e acompanhamentos técnicos da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), hoje cedida ao Senar. 

“Assim que estivermos na fase produtiva, faremos dia de campo nessas propriedades para mostrar aos demais produtores que, na técnica, em Paranaíba, há condições de produzir na mesma área e triplicar a capacidade de apascentamento de bovinos em suas propriedades. Acredito que este projeto vai incentivar muito os produtores”, disse.

Com a Fundação Chapadão, foi assinado um convênio para a análise de área ao plantio de soja, inclusive com levantamento do índice pluviométrico dos últimos dez anos. “Acreditamos que, começando com duas propriedades rurais, vamos mostrar aos produtores que aqui se produz soja. Os projetos ajudarão muito na diversificação e aumentarão a rentabilidade das propriedades”, disse.

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