RÁDIOS
Três Lagoas, 26 de abril

Paulo Coelho Machado, biógrafo da Capital

Campo Grande recebeu migrações desde o extremo oriente, passando pelos europeus e os vizinhos sul-americanos

Por Vera Tyle de Castro Pinto
23/09/2017 • 10h41
Compartilhar

A biografia exige do pesquisador/historiador/biógrafo um equilíbrio perfeito entre as sensações de pertencer a alguém ou a algum lugar e o distanciamento crítico necessário para, sem omitir os fatos, não ser invasivo e não comprometer a obra com opiniões pessoais. Ter nos seus poucos mais de cem anos um biógrafo que se caracterizou por esse tão almejado equilíbrio de poucas jovens cidades como Campo Grande, MS.    Paulo Coelho Machado acumulou invejável trabalho de pesquisa num verdadeiro banco de dados sobre os primeiros habitantes e povoadores da Rua Velha, da Rua Principal, da Rua Alegre e da Grande Avenida, do centro histórico da cidade, onde nasceu a capital do estado de Maracaju (1932) e posteriormente Mato Grosso do Sul (1977).    

Com relação ao registro bibliográfico, o legado de Paulo Machado cresce de importância e passa a ser consulta obrigatória para quem se interessa por reconstruir e conhecer Campo Grande do século XX. O escritor, um dos fundadores e presidente duas vezes do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, em sua obra, tem a preocupação de descrever pioneiros residentes na cidade onde personagens emblemáticas da história pontuam e ainda carecem de registros complementares. No entanto, por um traço inconfundível de sua personalidade, sempre discreto e comedido em gestos e palavras, pouco relata de sua família e de si próprio.    

Em todos os livros prevalece o historiador capaz de tornar a saga de seu avô materno, o português Antônio Francisco Rodrigues Coelho, num relato semelhante em emoção e qualidade literária ao livro “Raízes”, de Alex Haley. No final, surpreende o leitor, confidenciando que não conviveu com esse avô que o fez atravessar o Atlântico até a pequena vila em Portugal, terra natal do dono da lendária Fazenda Nova Esperança. Ainda hoje na sede da fazenda, sua proprietária, a bisneta Sandra, faz questão de homenagear seus antepassados conservando a decoração da casa grande, como sua avó Marina Abbott Coelho, viúva de Aníbal, filho do português Antônio Francisco, deixou, com seus pratos brasonados de louça inglesa enfeitando as quase centenárias paredes da sala de jantar.. 

*O texto completo da autora - associada efetiva e titular da cadeira nº 3 do IHGMS - está no livro Campo Grande: Personalidades históricas Vol. 3, organizado por Arnaldo Rodrigues Menecozi, titular da cadeira nº 30. 

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.

Mais de JPNews Três Lagoas