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Três Lagoas, 26 de abril

PF faz apreensões na Eldorado Brasil em Três Lagoas

Agentes federais apreenderam documentos e um computador, durante a operação Lama Asfáltica, deflagrada nesta quinta-feira (11)

Por Kelly Martins
11/05/2017 • 08h40
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Agentes da Polícia Federal de Três Lagoas cumprem mandando de busca e apreensão na fábrica de celulose Eldorado Brasil, em Três Lagoas. A medida foi expedida pela Justiça Federal e faz parte da operação “Lama Asfáltica”, deflagrada na manhã desta quinta-feira (11). Ao JPNEWS, a PF confirmou que foram apreendidos diversos documentos e um computador. A investigação corre em segredo de justiça. 

Ao todo os agentes federais cumprem 44 mandados de prisão preventiva, busca e apreensão e condução coercitiva. Além de Três Lagoas, os mandados são cumpridos em Campo Grande, Porto Murtinho, Nioaque, São Paulo (SP) e Curitiba (PR).

A operação apura fraudes em licitações, superfaturamentos em obras públicas e pagamento de propinas que desviaram valor estimado em R$ 150 milhões. Segundo a PF, os recursos desviados passaram por processos de ocultação da origem, resultando na configuração do delito de lavagem de dinheiro. 

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O ex-governador André Puccinelli (PMDB) esteve na delegacia da PF, em Campo Grande, hoje pela manhã, conforme confirmou a PF. Foram expedidos três mandados de prisão preventiva, nove de condução coercitiva, 32 de busca e apreensão, além do sequestro de valores nas contas bancárias de pessoas físicas e empresas investigadas.

A operação conta com a participação de 270 policiais federais, servidores da Controladoria Geral da União (CGU) e da Receita Federal.  A primeira fase da operação “Lama Asfáltica” foi deflagrada em 2015, quando várias pessoas foram presas. No entanto, elas tiveram a liberdade concedida pela Justiça e aguardam a conclusão da investigação. 

Segundo a PF, esta nova fase da investigação decorre da análise dos materiais apreendidos em fases anteriores, cotejados com fiscalizações, exames periciais e diligências investigativas. Foram constatados desvios e superfaturamentos em obras públicas, com o direcionamento de licitações e o uso de documentos falsos, com a conivência de servidores públicos. Os valores repassados a título de propina eram justificados, principalmente, com o aluguel de máquinas. As investigações demonstraram que estas negociações eram, em sua maioria, fictícias, com o único propósito de aparentar uma origem lícita aos recursos financeiros. 

Detectaram-se também novas motivações para o pagamento de propinas aos servidores públicos e a consequente tentativa de lavagem de dinheiro, dentre os quais a obtenção de benefícios e isenções fiscais. "Entende-se que os prejuízos causados pelo grupo criminoso ao erário, levando-se em consideração os sobrepreços e desvios em obras públicas e as propinas pagas a integrantes da organização tem um valor aproximado de R$ 150 milhões", diz a denúncia. 

Outro lado

A equipe de reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Eldorado Brasil, mas até a publicação da reportagem não houve retorno.

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