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Três Lagoas, 18 de abril

Plano de Ação entregue à prefeitura não sai do papel após um ano e meio

Grupo que avalia aplicação de medidas de correção dos problemas da cidade prepara pesquisa para o segundo semestre

Por Ana Cristina Santos
02/06/2018 • 10h00
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Quase um ano e meio depois de um amplo estudo realizado em Três Lagoas, apontando os principais problemas na cidade, pouco, ou quase nada foi feito pelo poder público. A cidade primeira não capital do país e a única no Estado a possuir um plano de melhoria da qualidade de vida dos moradores e se preparar para um desenvolvimento sustentável.

Em 2016, foi feito um levantamento com base no programa Iniciativa Cidades Emergentes e Sustentáveis (Ices), metodologia desenvolvida pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com apoio da Fibria, do Instituto Arapyaú e do Instituto Votorantim, por meio do programa de Apoio à Gestão Pública, que apontou os principais problemas existentes em Três Lagoas. Além de revelar os pontos críticos no município, o estudo mostrou ao poder público o que é preciso fazer e quais são os caminhos para melhorar os vários segmentos que influenciam na qualidade de vida na cidade.

O trabalho resultou na elaboração do Plano de Ação Três Lagoas Sustentável, entregue à administração municipal em dezembro de 2016, que indica custos estimados para cada ação, bem como benefícios e fontes de financiamento.

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O Instituto Votorantim e a Fibria pagaram R$ 2 milhões para empresas de consultoria elaborarem um diagnóstico da cidade. Um grupo de moradores que representam diversos segmentos da sociedade formam, agora, a Rede Veracidade, que acompanha a execução do plano.

 A professora e doutora em Geografia, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), campus de Três Lagoas, Edima Aranha, faz parte da Rede. Em entrevista à Rádio Cultura FM 106,5 MHz, nesta sexta-feira, ela disse estar preocupada com o futuro do plano, que aponta “ações prioritárias”, por exemplo, em saneamento, drenagem, transporte, saúde, gestão dos gastos públicos, impostos e autonomia financeira, entre outros. 

Segundo Edima Aranha, no próximo mês terá início a coleta de dados junto a órgãos públicos e pesquisa de opinião pública para saber se os temas apontados no estudo melhoraram ou se agravaram.  A professora, no entanto, diz que é possível adiantar que pouco do plano tem sido cumprido pela administração municipal. Citou como exemplo, o Portal da Transparência da prefeitura que continua incompleto. “Foi paga para a prefeitura uma consultoria em relação a essa questão, mas o Portal não tem as informações necessárias”, exemplificou.

A professora citou ainda a falta de asfalto, drenagem e saneamento. “A prefeitura não tem apontado, em nenhum momento, se vai implantar o plano, seja parcial ou total. Temos visto que a receita do município aumentou. No ano passado tivemos uma sobra de mais de R$ 40 milhões e não sabemos onde foi parar esse dinheiro. Estamos aqui, apontando a necessidade de mais seriedade e compromisso com essas ações para que, de fato, possa ser oferecida uma melhor qualidade de vida aos cidadãos”, disse.

 

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