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Três Lagoas, 20 de abril

PMDB MS junta os cacos

Leia o editorial publicado na edição deste sábado (18) do Jornal do Povo

Por Da Redação
18/11/2017 • 12h14
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Nada poderia ser pior ao PMDB, neste momento, do que a explosão de mais um escândalo envolvendo sua maior liderança em Mato Grosso do Sul. Nada poderia ser melhor à oposição - se é que há uma - a prisão de André Puccinelli na semana de convenção estadual do PMDB. A libertação dele, para adversários, é apenas um detalhe a mais. 
Mesmo com o habeas corpus obtido no dia seguinte ao da prisão, a grande pergunta não é sobre o escândalo, porque político preso parece ser, hoje, comum, corriqueiro, no novo Brasil da Lava Jato. A pergunta é: como fica o PMDB com a imagem de André cunhada em uma faca de duas pontas.
Manter ou não o ex-governador como líder do grupo pode ser uma aposta muito alta, assemelhada ao risco que correm líderes do partido em outros Estados. Renan Calheiros, em Alagoas, e Roseana Sarney, no Maranhão, por exemplo. Nessa hora, a história de Puccinelli como "realizador de obras" não representa muito.
Mas, não é só. Além de não ter outro nome à altura da próxima disputa eleitoral para a chefia do Executivo, o PMDB perde o rumo. E mesmo que o ex-governador solto, o nome dele e sua posição dentro do partido serão alvo fácil para uma oposição que possa surgir. 
Difícil também é saber quem aceitará andar de braços dados com Puccinelli depois dessa. O ex-governador tem ficha suja, andou com tornozeleira eletrônica e cumpre prisão domiciliar por seu possível envolvimento em outros casos já julgados. Não se trata, hoje, de um parceiro desejável na urna eletrônica como o foi para a senadora Simone Tebet, sua vice no segundo mandato na Governadoria. Não será tarefa fácil ao PMDB identificar um nome que possa, eventualmente, enfrentar o governador Reinaldo Azambuja, que pode ser candidato à reeleição pelo PSDB, ou o “novato” Odilon de Oliveira, recém filiado ao PDT e decidido a entrar na briga pelo Executivo estadual, em 2018. E mesmo que esse nome seja identificado, como será descolar o nome de Puccinelli desta candidatura?
Não é possível afirmar, contudo, que o novo escândalo abre caminho para Azambuja ou Odilon. A verdade é que cerra as oportunidades para André e seu grupo reconquistarem o eleitorado perdido para os tucanos e enamorado pelo "novo". 
A única "sorte" dos peemedebistas é que, até agora, nem mesmo o nome de Azambuja pode ser considerado forte, suficiente, neste momento. Odilon, apesar do extenso currículo na vida jurídica, é politicamente desconhecido. No Estado, vai ter que andar muito e abandonar de vez a toga para falar a língua do eleitor. E o PT, que morreu com Delcídio do Amaral, não parece ter meios de ressuscitar até outubro de 2018.
O cenário para o PMDB seria absolutamente favorável para uma negociação com tucanos. Seria. Poderia surgir um novo horizonte até mesmo com André na cabeça de chapa. Poderia. Agora é hora apenas de lamentar a má sorte. Depois, quem sabe, juntar os cacos e buscar sobrevida.

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