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Três Lagoas, 20 de abril

Presídios de Três Lagoas estão acima da capacidade

Apesar da superlotação, juiz diz que situação é tranquilha

Por Ana Cristina Santos
30/01/2017 • 10h29
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Os presídios de regime fechado, masculino e feminino de Três Lagoas, estão operando acima de sua capacidade. Segundo o juiz da 1ª Vara Criminal da cidade, Rodrigo Pedrini Marcos, o presídio de segurança média, que tem capacidade para 280 presos, hoje abriga aproximadamente 540. Já a unidade feminina, com capacidade para cerca de 60 internas, hoje tem aproximadamente 96.

Apesar da superlotação, o juiz afirma que a situação nos presídios de Três Lagoas é relativamente tranquila, bem diferente de algumas unidades prisionais do país, onde rebeliões, fugas e mortes de presos têm sido registradas. A disputa pelo comando de tráfico de drogas por facções é apontada como o grande motivo pela guerra nos presídios.
Em Três Lagoas, de acordo com o magistrado, houve uma ocorrência com três fugas registradas no presídio masculino fechado neste mês. Até agora, apenas um preso foi capturado. No mesmo dia, foi registrada uma fuga no semiaberto. O preso foi capturado. 

PROCESSOS
Segundo o juiz, uma das razões para essa “tranquilidade” nos presídios locais, deve-se à preocupação do Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública em evitar atrasos nas análises dos processos, principalmente para garantir aos presos com direito a progressão, ou outros benefícios, que tenham, o quanto antes. “E os que, por ventura, tenham cometido novos crimes, faltas graves, que tenham definida a pena em regime fechado”, esclareceu o magistrado.
Ainda segundo Rodrigo Pedrini, outra preocupação do Poder Judiciário de Três Lagoas, em parceria com o Conselho da Comunidade, é com a ressocialização dos internos. “Temos a preocupação em não deixar apenas os presos encarcerados, mas aumentar as possibilidades de trabalho e estudo, para que dentro dos presídios seja cumprida, não apenas a pena, que é a punição, mas também a ressocialização”, destacou.
O juiz informou que todos os presos do semiaberto masculino e feminino trabalham e estudam, assim como as internas do fechado. A maior dificuldade, segundo ele, é em relação ao fechado, onde nem todos trabalham por falta de vagas. Mas, vários atuam nos projetos, como horta, marcenaria, e estudam. A intenção, conforme o magistrado, é ampliar as oportunidades de trabalho.

MASSA CARCERÁRIA
Atualmente, de acordo com o juiz, metade dos presos dos dois estabelecimentos fechados de Três Lagoas já foi condenada e a outra, processada. “Pode parecer um índice alto, mas em relação aos presos processados, muitos são das comarcas circunvizinhas. Agora de presos provisórios, não há atrasos”, disse.
Ainda segundo o magistrado, o julgamento dos processos depende muito da complexidade de cada um, mas tem sido inferior a um ano. “Vai de oito a nove meses, depende muito da situação. Em Três Lagoas, não existe demora. Isso ocorre em relação aos presos na cidade de Água Clara, que tem muita prisão por drogas, e é uma comarca que está muito tempo sem juiz titular. Com exceção da comarca de Água Clara, aqui não temos registrado reclamações de demora no julgamento de processos”, explicou, ressaltando também que, em Três Lagoas, existe uma preocupação em separar os presos nas celas, conforme os delitos cometidos.

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