RÁDIOS
Três Lagoas, 09 de maio

Aos 105 anos, Três Lagoas consolida sua liderança no desenvolvimento

Progresso de Três Lagoas foi conquistado em três grandes etapas

Por Ana Cristina Santos
15/06/2020 • 07h22
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Situada às margens do rio Paraná, na divisa com o Estado de São Paulo, Três Lagoas- terceira cidade mais populosa do Mato Grosso do Sul- completa nesta segunda-feira, 15 de junho, 105 anos de emancipação político-administrativa. Com 121 mil habitantes, a cidade é uma das mais importantes na economia do Estado, e a primeira no ranking de exportações entre as cidades sul-mato-grossenses.

Três Lagoas possui caraterísticas físicas importantes, as quais diferem de outras cidades do Estado e país. A posição geográfica - no encontro das malhas viárias, fluviais e ferroviárias, bem como ampla oferta de terras - são atrativos para a exploração econômica do município, o que fez com que a cidade ao longo dos anos atraísse grandes indústrias.

A cidade é fruto de um dos maiores empreendimentos ferroviários, com 1.600 quilômetros de extensão implantados, da extinta NOB (Noroeste do Brasil). De acordo com o historiador e diretor municipal de Cultura, Rodrigo Fernandes, a cidade teve até agora, três grandes processos de desenvolvimento. O primeiro, com a chegada da ferrovia; o segundo, a construção da hidrelétrica de Jupiá, e o terceiro, com as indústrias de celulose.
Três Lagoas começou a ser desbravada em 1829 com a chegada de Joaquim Ribeiro da Silva Peixoto, que, ao lado dos Garcia Leal, deu início, ainda em 1829, ao processo de reconhecimento de todas essas terras, que hoje formam a extensão desta vasta região da Costa Leste.

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Os primeiros posseiros da região foram Januário José de Souza, Inácio Furtado, Januário Garcia Leal, Francisco Lopes, Gabriel Lopes, José Lopes e Antônio Gonçalves Barbosa. Anos depois, Protázio Garcia Leal, neto de Januário, estabeleceu comércio em Itapura e, em 1889, o comércio de sal e mercadorias o fez “descobrir” as três lagoas. Mas, somente a partir da implantação da estrada de ferro, é que deu início ao desenvolvimento do pequeno povoado.

Em 1915, Três Lagoas foi oficialmente criada e desmembrada do município de Santana do Paranaíba, hoje a cidade de Paranaíba.

Três Lagoas, segundo o historiador Rodrigo Fernandes, é peculiar, pois foi “projetada para existir”. Em decorrência da construção da ferrovia no município pela empresa Machado Mello, houve a necessidade de instalação de uma estrutura para dar suporte aos funcionários nas imediações onde seria a travessia no rio Paraná. Uma área de 12 quilômetros da barranca do rio, com três lagoas próximas uma da outra, foi a escolhida pelos engenheiros Justino Rangel de França e Antônio Molina de Queiroz.  Ao engenheiro Oscar Teixeira Guimarães coube a missão de traçar uma planta da cidade. E segundo Rodrigo, o engenheiro respeitou um plano moderno de urbanização para a época, ao estilo francês.

A ferrovia gerou novos empregos em Três Lagoas, proporcionou um novo período de crescimento para a cidade, inclusive com a chegada de muitos imigrantes.

Usina de Jupiá marca 2ª fase do progresso  

A segunda etapa do processo de desenvolvimento de Três Lagoas, de acordo com Rodrigo Fernandes, se deu a partir de 1961 com a construção da hidrelétrica de Jupiá, concluída em 1974. No período das obras, a cidade recebeu centenas de trabalhadores, que se fixaram em uma vila próxima as obras, que posteriormente se transformou no bairro Vila Piloto. A usina foi a primeira a ultrapassar um gigawatt potência instalada no país e impulsionou o desenvolvimento da região.

O 3º ciclo do progresso chega com a celulose 

O terceiro grande ciclo de desenvolvimento, de acordo com Rodrigo Fernandes, se dá por conta da localização da matriz energética da cidade, que foi a instalação das fábricas de celulose a partir de 2009. Três Lagoas tem três unidades de celulose e uma de papel.     

O processo de industrialização da cidade, no entanto, começou bem antes com a instalação de outras empresas no Distrito Industrial.  Ainda na década de 70 foi inaugurado um obelisco bem na entrada para a Vila Piloto. O monumento, como símbolo do trabalho e da indústria, foi construído na gestão do então prefeito Hélio Congro, que já previa uma cidade industrializada. 

Na época, adquiriu da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) essa área para a criação do Distrito Industrial, onde na década de 90, deu-se a instalação de várias indústrias.

Comércio  segue impulsionando a economia

Três Lagoas ostenta o título de “Capital Nacional da Celulose” devido as fábricas instaladas no município, mas a cidade já teve a economia pautada na pecuária, e no comércio, que até hoje é um dos principais setores para a geração de empregos no município.

Segundo com o presidente da Associação Comercial de Três Lagoas, Fernando Jurado, o município tem mais de 11 mil empresas. Dessas, seis mil são de pequeno e médio porte, as demais são MEIs.  Juntas geram cerca de 25 mil empregos “ Faz 100 anos que o comércio é a mola motriz [ força que impulsiona] da cidade. Nos últimos anos Três Lagoas ganhou muitas indústrias, mas o comércio continua tendo a sua importância no sustento da economia local”, destacou. 

Jurado acrescentou que a industrialização contribui para um comércio mais diversificado e forte. “A industrialização trouxe muita gente para empreender, e essas pessoas deram uma nova dinâmica para o comércio. Novos segmentos passaram a ser desenvolvidos na cidade, fortalecendo o comércio que está preparado para atender a demanda”, frisou.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, José Aparecido de Moraes, destaca que o comércio de Três Lagoas é referência regional, atendendo várias cidades da região, inclusive do Estado de São Paulo. No ano passado, Três Lagoas teve instalado o primeiro shopping center, iniciando uma nova etapa no comércio local.
 

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