A dependência financeira é um dos principais motivos da permanência de muitas mulheres em relacionamentos abusivos, conforme apuração das Delegacias de Atendimento às Mulheres e de estudos feitos por ONGs que acompanham casos de violência doméstica.

Somente no ano passado, 1.310 boletins de ocorrências deste tipo de crime foram registrados em Três Lagoas. Por isso, a Casa do Trabalhador elabora um projeto em parceria com a Secretaria de Assistência Social e o Ministério Público Estadual para inserir mulheres nestas situações no mercado de trabalho.

De acordo com o diretor da Casa do Trabalhador, Welton Alves, esse é o maior problema enfrentado por elas. “Essas mulheres se sujeitam a isso, e até a serem agredidas, por causa da dependência financeira. Se conseguirem emprego, certamente terão melhor qualidade de vida e dignidade”, destacou.

Welton participou de um encontro em Bonito, no ano passado, que abordou esse tema, e disse que mulheres sem emprego voltam para casa e se tornam vítimas de agressores. 

HAITIANOS
Ajudar estrangeiros, em especial haitianos, é outra meta da Casa do Trabalhador. Na semana passada, o diretor se reuniu com um grupo de 40 imigrantes daquele país, que têm dificuldades para conseguir emprego na cidade.

Segundo ele, a falta de qualificação profissional dificulta mais que a brasileiros de outras regiões, como Norte e Nordeste, que vêm a Três Lagoas para trabalhar. “Brasileiros, geralmente, têm qualificação que atende a demanda da indústria. Haitianos não. Eles têm qualificação no Haiti, que não é aceita no Brasil”, revelou.

Ainda de acordo com Welton, cerca de 100 haitianos procuraram a Casa do Trabalhador em busca de emprego. Segundo ele,  está sendo criada uma Comissão Municipal de Emprego e Renda para tratar do problema.