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Três Lagoas, 26 de abril

Puccinelli recebeu R$ 20 milhões de propina da JBS, diz PF

Ex-governador de Mato Grosso do Sul André Puccinelli (PMDB) e o filho André Puccinelli Júnior foram presos preventivamente na 5ª fase da Operação Lama Asfáltica

Por Kelly Martins
14/11/2017 • 13h30
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Ao menos R$ 20 milhões em propina teriam sido repassados pela JBS ao ex-governador de Mato Grosso do Sul André Puccinelli (PMDB), em um esquema de corrupção que tinha como troca benefícios fiscais. Isso fez com que o ex-parlamentar e o filho André Puccinelli Júnior fossem presos preventivamente, durante a 5ª fase da Operação Lama Asfáltica, deflagrada nesta terça-feira (14). 

De acordo com o delegado da Polícia Federal, Cleo Mazzoti, o pagamento de propina ocorreu entre 2006 e 2013, como durante a campanha de reeleição de André Puccinelli para o governo estadual.  “Entende-se que havia uma organização criminosa que era na figura do ex-governador, que comandava e que tinha operadores beneficiários desse sistema de lavagem de dinheiro, que perdura até hoje. Por isso as preventivas foram deferidas”, explicou o delegado federal.

A declaração foi feita durante coletiva à imprensa, em Campo Grande, por representantes da Polícia Federal, Controladoria Geral da União e Receita Federal, que investigam a organização criminosa. Clique aqui e confira a coletiva na íntegra.

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Mazzoti revelou também que a informação sobre repasse de propina foi dada em colaboração premiada. O “operador” do esquema era quem repassava o dinheiro para o ex-governador. Para isso recebia, segundo a PF, valores entre R$ 80 mil e R$ 100 mil.

Outro lado
A defesa do ex-parlamentar e filho ainda não se manifestou sobre as prisões. O PMDB informou que deverá encaminhar ainda nesta terça uma nota à imprensa sobre o fato. A assessoria da JBS não comentou sobre o assunto.

Rombo

Os prejuízos causados pelo grupo ao erário, levando-se em consideração as fraudes e as propinas pagas a integrantes da organização passam dos R$ 235 milhões. Foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária, seis mandados de condução coercitiva, 24 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de valores nas contas bancárias de pessoas físicas e empresas investigadas. Os mandados são cumpridos em Campo Grande, Nioaque (MS), Aquidauana (MS) e São Paulo (SP), com a participação de 300 policiais federais, servidores da CGU e da Receita Federal.

A organização criminosa teria desviado recursos públicos por meio do direcionamento de licitações públicas, superfaturamento de obras públicas, aquisição fictícia ou ilícita de produtos, financiamento de atividades privadas sem relação com a atividade-fim de empresas estatais, concessão de créditos tributários com vistas ao recebimento de propina e corrupção de agentes públicos.

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