O Setor de Investigações Gerais (SIG), da Polícia Civil, está investigando a atuação de uma quadrilha colombiana de agiotagem em Três Lagoas. A ligação do grupo é com comerciantes do município e a apuração ainda em fase inicial foi desencadeada após a prisão de um jovem, de 19 anos, na segunda-feira (27), na avenida Eloy Chaves. O caso também tem relação com os três corpos encontrados carbonizados, dentro de um veículo, no ano passado, e que são de colombianos.

“Sabemos que há uma organização criminosa agindo junto a pequenos empresários, comerciantes, inclusive, com denúncia de ameaças. Agora, vamos tentar identificar os outros integrantes da quadrilha”, declarou o delegado titular do SIG, Ailton Pereira, em entrevista ao JPNEWS.

O colombiano preso na segunda estava em uma motocicleta e foi abordado pelos policiais após denúncia. Com ele foi apreendido R$ 1,8 mil e ao ser questionado sobre o dinheiro o suspeito confessou que integra o grupo de colombianos especializados em agiotagem. Declarou ainda que a organização criminosa atua em Três Lagoas e em diversos municípios de Mato Grosso do Sul e São Paulo.Colombiano preso em Três Lagoas na segunda. Foto: Divulgação/Polícia Civil.

“Empréstimo”

No depoimento, o suspeito contou que os criminosos emprestam a quantia de até R$ 2 mil para os comerciantes, com um juro de 20%, e o valor deve ser pago em parcelas diárias no prazo de 20 dias. O colombiano era quem levava os empréstimos e recebia os pagamentos. Ele relatou ainda que trabalha para um dos líderes do esquema, que mora em Campo Grande.

Os policiais foram até a casa do jovem, que mora com outro colombiano e faz parte do grupo criminoso. Lá, os policiais apreenderam R$ 5,4 mil em dinheiro, oriundo da agiotagem e seria depositado na conta do “patrão”. Na casa ainda havia vários cartões de apresentação comercial que eram distribuídos a comerciante. O preso vai responder pelo crime de usura (agiotagem) e ocaso também foi encaminhado para a Polícia Federal de Três Lagoas. O objetivo é verificar a suposta ligação com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

Assassinatos

Em 17 de junho de 2016, um veículo foi encontrado completamente destruído com três corpos carbonizados, em uma área de plantação de eucalipto, a 35 km de Três Lagoas. Um dos corpos estava dentro do porta-malas, outro em cima do banco traseiro e o terceiro no chão do veículo. O delegado explicou que os corpos são de colombianos e que desde então, as investigações revelaram que os três integravam a mesma organização criminosa.

“Diante desses homicídios estamos apurando o fato e descobrimos que os três são membros da quadrilha. Ainda não sabemos a motivação do assassinato e até hoje não conseguimos concluir o inquérito. Apenas que há relação entre os casos”, concluiu o delegado. 

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