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Três Lagoas, 26 de abril

Quem estará solto?

Leia o Editorial publicado na edição deste sábado (9) no Jornal do Povo

Por Redação
09/09/2017 • 07h56
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Numa semana marcada pela descoberta das malas de dinheiro e por ver que a Polícia Federal conseguiu descobrir as digitais do bandido no dinheiro que era guardado também em caixas de papelão, chegamos a conclusão de que foi o tempo em que a moda era falar de dinheiro na cueca. O ex-ministro de Lula e Temer precisou emprestar um apartamento para guardar a fortuna provavelmente desviadas de contratos públicos. O Brasil continua sendo saqueado.

Se é mesmo verdade que o Joesley Batista comprou 1.829 políticos brasileiros, e que pode ter distribuído propina também para o dono do tesouro encontrado no apartamento na Bahia, então imaginem a dimensão dos desvios cometidos e os prejuízos causados ao povo brasileiro. Perdemos a noção do tamanho do buraco que jogaram nosso país. Aliás, a crise não é só econômica. Estamos vivendo um período nunca antes visto na história desse país. Pelo menos estamos tendo a certeza disso quando vemos o ex-homem forte do PT, apontando o dedo para o Lula e confirmando detalhes de toda a roubalheira. 

Antonio Palocci foi também a surpresa positiva da semana. Pelo menos para quem deseja ver os criminosos pagando pelos desvios bilionários que tantos males tem causado ao povo brasileiro. Palocci contou detalhes, relembrou fatos, revelou articulações, negociatas, valores e indicou os caminhos da corrupção no governo do PT. Fez tudo isso sem a garantia de que pode ser beneficiado por ter contado a verdade. Falou por conta e risco e ao abrir a boca, se tornou o inimigo número 1 dos defensores de Lula. Palocci que já está preso, deve continuar lá. O que não se sabe ainda, é quem fará companhia a ele nos próximos dias.

E antes de deixar a procuradoria Geral da República, Rodrigo Janot deu uma última flechada. Ele acertou o bilionário que não sabia gravar direito e acabou gravando a si próprio. Joesley Batista teve os benefícios revogados e pode trocar seu refúgio de luxo em Nova York pela companhia de Palocci em Curitiba. Falou demais, gravou demais. Joesley acreditou que realmente havia comprado a República, mas o sistema é maior que ele e muito provavelmente nos próximos dias a Polícia Federal fará visitas ao refúgio do homem que gravou o presidente. 

Delcídio, que caiu por causa de uma gravação e agora Joesley que se complica por causa de muitas gravações, são a prova viva de que as vezes o melhor mesmo é fazer política do jeito antigo. E isso significa fazer também do jeito certo. O Brasil carece de homens públicos decentes e que possam nos devolver a autoestima, tão abalada nos últimos anos. Se haverá um sujeito capaz disso, não sabemos, mas que em 2018 teremos de fazer novas escolhas, isso é fato. O que precisamos fazer agora é esperar pra ver quem vai continuar solto até lá.

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