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Três Lagoas, 19 de abril

Rinite alérgica: como escapar dessa?

Entenda como o controle ambiental pode fazer toda a diferença no tratamento da irritação que atinge quase 30% dos brasileiros

Por Tatiane Simon
31/12/2017 • 08h17
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A rinite é uma alergia respiratória que ocorre quando as vias aéreas sofrem infecção sem que a pessoa esteja gripada ou resfriada. E há vários tipos de causas, segundo a especialista em alergia e imunologia Patrícia Matos.  Pode ser medicamentosa, quando o indivíduo usa muita medicação no nariz e acaba irritando-o, ou quando há a predisposição à doença. Filhos de pais com rinite quase sempre herdam o problema. Por se tratar de uma doença que não tem cura, é comum ser chamada de “crônica”.
Atualmente, cerca de 26% das crianças e 30% dos adolescentes brasileiros sofrem de rinite. Mas, afinal, o que é rinite? 
A rinite alérgica é uma reação imunológica do corpo a partículas inaladas que são consideradas estranhas. Essas substâncias são chamadas de alérgenos. O nariz é a porta de entrada para o ar e substâncias carregadas por ele, e tem a função de filtrar as impurezas, além de umidificar e aquecer o ar que vai chegar aos pulmões. 
O sistema imunológico do ser humano reage de forma intensa a estas substâncias estranhas na tentativa de defesa do organismo, segundo a especialista. 

Complicações
A rinite, quando não tratada, além de gerar um desconforto social, pode causar asma e, por consequência, as comorbidades como o cansaço pela asma, a dificuldade em falar e até em respirar e junto com ela pode vir uma dermatite atópica, que é a formação de uma pele mais grossa e áspera na região do nariz.
Na crise da rinite, a pessoa apresenta obstrução nasal, coriza, espirros e coceira no nariz. 
O tempo seco é o grande vilão nessa história toda. De acordo com a especialista Patrícia Matos, é porque as partículas do ar estão mais dispersas, ou seja, a poeira está mais solta no ar e com isso fica mais fácil a “transmissão” e contaminação. “Por exemplo, o indivíduo que é alérgico a pelo de cachorro, logo, evita contato com o animal nos ambientes que frequenta, mas na rua acaba sendo inevitável e, como fica mais dispersível a poeira no ar, ela leva até a pessoa o epitélio do pelo do cão e, por consequência, as crises alérgicas”, explica. 
Além disso, com o tempo seco, normalmente ficamos com a casa mais fechada, menos ar circula, com isso, a concentração de ácaros aumenta. “Por isso que as crises de rinite acabam sendo mais comuns no inverno”, conclui.

Tratamento
O tratamento é longo, mas, de acordo com a especialista, pode levar à cura. “O grande ‘x’ da questão é o controle do ambiente. Há casos que o tratamento é feito também por meio da imunoterapia, que é o uso de vacinas sublinguais. Por exemplo, o indivíduo que tem alergia a ácaro eu tenho que descobrir a qual ácaro ele é alérgico, então fazemos alguns testes alérgicos e damos ao paciente uma vacina com o antígeno diluído, que é aplicado embaixo da língua com o intuito de fazer o organismo trabalhar contra ele”, explica.
É um tratamento que leva no mínimo três anos e, conforme Patrícia, é possível conseguir a cura, mas que requer paciência e muita confiança na relação médico/paciente. “Por ser um tratamento longo, muita gente desiste no meio do caminho porque ainda que faça certinho o uso do medicamento, o nariz ainda escorre, os olhos coçam”, ressalta.
A especialista alerta sobre os principais cuidados no ambiente onde há um alérgico. “Bichinhos de pelúcia não podem ficar expostos, devem ser armazenados em pacotes ou guardados no armário. Não pode ter carpet, coberta do tipo “felpudinha”, que todo mundo gosta de ter, mas que é um veneno para quem tem alergia. A orientação é trocar por um edredom. As roupas de cama têm que ser trocadas três vezes por semana, no mínimo. Na casa onde tem um alérgico não pode varrer, tem que aspirar e passar pano”, pontua.

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