A empresa chilena Arauco e a J&F Investimentos não conseguiram chegar a um acordo nesta semana para a venda da fábrica de celulose Eldorado Brasil, instalada em Três Lagoas, segundo apurou o Jornal Valor Econômico. O prazo do contrato de exclusividade expirou na noite desta quinta-feira (3).

A partir de agora, a concorrência pela Eldorado está aberta a todos os interessados. Segundo fonte ouvida pelo Valor Econômico, a Fibria que também tem fábrica de celulose em Três Lagoas, e a indonésia April, entram na disputa, assim como a própria Arauco, que continua tentando comprar a unidade da J&F.

A Fibria só estaria aguardando o prazo de exclusividade com a Arauco para apresentar a proposta. Ainda segundo o Valor, a proposta da companhia brasileira pode ser inferior aos R$ 14 bilhões que teriam sido propostos pela Arauco. A companhia já teria uma estimativa de sinergias, na casa de bilhões de reais, e condições de financiamento da aquisição.

Em comunicado divulgado ao mercado nesta semana, a Fibria reafirmou que já declarou interesse na aquisição da Eldorado e que “avalia e monitora constantemente oportunidades de crescimento” por meio de aquisições de ativos estratégicos.

A Arauco, segundo outra fonte do Valor Econômico, teria colocado uma série de restrições após as diligências, que tiveram início na fábrica de Três Lagoas e continuaram na sede da J&F, em São Paulo , recuando da oferta inicial de quase R$ 14 bilhões.

 Para um terceiro interlocutor ouvido pelo Valor, é improvável que os indonésios entrem na disputa neste momento, mas essa possibilidade não está integralmente descartada. No passado, houve ensaio de vinda da April ao país, no segmento de papel, que acabou sendo frustrado pela diferença de culturas.  Embora a Arauco tenha saído na frente, a Fibria também tem grande interesse e a Suzano Papel e Celulose indicou que poderia apresentar uma proposta se outras companhias com mais sinergias não o fizessem.