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Três Lagoas, 25 de abril

Sem fiscalização na divisa, cidade fica refém de sonegadores e criminosos

Divisa entre os estados do Mato Grosso do Sul e São Paulo está com fiscalização precária desde a inauguração da ponte rodoviária

Por Ana Cristina Santos
22/07/2017 • 08h16
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Desde a conclusão da ponte rodoviária sobre o rio Paraná, em Três Lagoas, a divisa entre os estados do Mato Grosso do Sul e São Paulo, está praticamente sem fiscalização, o que tem prejudicado na arrecadação de impostos e facilitado a ação de criminosos.

A Polícia Rodoviária Estadual de São Paulo desativou no ano passado o posto policial na divisa entre os municípios de Três Lagoas e Castilho (SP), que ficava nas proximidades da cabeceira da represa da Usina Hidrelétrica de Jupiá. A desativação ocorreu porque o tráfego de veículos pela usina foi desativado. Com isso, a fiscalização sobre a ponte passou a ser de responsabilidade da Polícia Rodoviária Federal (PRF), porque é uma extensão da BR-262.  

Apesar do tempo que levou para a conclusão da ponte, não foi providenciada a construção de um posto da PRF na divisa. Um que existia nas proximidades do posto fiscal foi transferido para a Lagoa Maior. Este, por sua vez, está em reforma e a sede da PRF atualmente funciona no posto localizado na BR-262.

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Além de não ter um posto policial, a divisa entre MS e SP está prejudicada no que se refere à fiscalização da Receita Estadual, já que o posto fiscal ficou em local não estratégico. Ele está bem na direção da passagem sobre a Usina. Enquanto que ponte, está um pouco mais distante. Além disso, no trecho de acesso do posto fiscal, existem outras entradas no Cinturão Verde, que dão acesso à ponte sobre o rio Paraná. Com isso, mercadorias irregulares estariam entrando na cidade, prejudicando o comércio local, e contribuindo para os índices de criminalidade.

Essa situação foi tema de reunião nessa semana entre lojistas e o comando da Polícia Militar de Três Lagoas. O comandante, tente-coronel James Magno de Morais, disse que teve que reforçar o policiamento na região.  “Estamos aumentando as rondas com o nosso policiamento rural e da Rotai, além do policiamento fazendário para evitar a entrada de pessoas que venham querer cometer crimes na cidade. A gente está monitorando essa situação” disse o comandante.

Os crimes que têm acontecido em Três Lagoas, segundo o comandante, podem estar ligados, não só a essa fragilidade na fiscalização na entrada da cidade, bem como devido a atual situação econômica do país, como a falta de emprego. 

COMÉRCIO

A presidente da Associação Comercial e Industrial de Três Lagoas, Gláucia Jarouche, disse que o posto policial que existia na divisa inibia ações irregulares. E, a falta de fiscalização, segundo ela, tem prejudicado o comércio local.  “Realmente passam mercadorias sem pagar imposto e os ambulantes vêm, e levam o nosso dinheiro. Nós da Associação e do Sindicato do Comércio Varejista, estamos pedindo para o governo do Estado uma solução para esse problema”, comentou.
Ainda segundo Gláucia, essa situação tem provocado prejuízo aos comerciantes que têm despesas com aluguel de lojas e o pagamento de vários impostos, enquanto que os ambulantes estão “invadindo a cidade” sem pagar nada.

COBRANÇA

Antes de a ponte ser liberada, o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), regional de Três Lagoas, levou o assunto a autoridades policiais dos dois estados para verificar a possibilidade de um convênio para que a Polícia Rodoviária Estadual de São Paulo continuasse responsável pela fiscalização no trecho, mas não houve avanços.
Quanto à possibilidade de construção de um posto na divisa, o chefe da PRF, em Três Lagoas, Raul Gonzalez, disse que diante do corte no orçamento da polícia, acha difícil a construção de uma base no local. E todo local que não tem a presença do Estado, segundo o inspetor, facilita na ação de criminosos 

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