RÁDIOS
Três Lagoas, 26 de abril

Seria a decisão acertada?

Leia o Editorial publicado na edição do Jornal do Povo deste sábado

Por Redação
19/06/2021 • 06h45
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Manter as portas fechadas do comércio, seja ele qual for, é determinação que causa insatisfação e até revolta naqueles que se sentem ameaçados por mais perdas em suas atividades. Entretanto, por mais que tenham razão, continua assustando as estatísticas que apontam um descontrole sanitário sobre a praga do coronavírus, que causa morte e quando não, graves consequências na vida daqueles que sentiram mais de perto seus efeitos e consequências.

Entre 11 e 16 de junho o boletim epidemiológico de Três Lagoas, registrou 14 óbitos e 412 novos casos da doença. Portanto, 2,33 mortes e 68,66, casos diariamente. Não é pouco. Para agravar na última quarta feira, 81 pessoas testaram positivo e duas outras, vieram a óbito. É evidente a gravidade da situação em nossa cidade. O governo estadual baixou decreto incluindo 41 cidades do Mato Grosso do Sul na zona cinza, que remete ao fechamento de uma série de atividades nele elencadas. Não foi uma determinação irracional, mas afetou um setor que sofre com os rigores do controle sanitário – os bares e restaurantes e afins, além de um alguns outros setores do comércio.

Quatro cidades insistiram na bandeira vermelha em vez da bandeira cinza – Campo Grande, Três Lagoas, Ponta Porã e Sidrolândia -, que é menos  restritiva e baixaram decreto mais brando do que o estadual. Dentre as correntes negacionistas, uns dizem que as mortes são inevitáveis, outros, duvidam dos efeitos das vacinas, outros, sequer querem tomar vacina, e outros, simplesmente, dizem que suas atividades não podem parar sobre pena de aumentar o desemprego ou serem obrigados a encerrar as suas atividades. E, não terem mais como sobreviver comercialmente, além das necessidades que terão superar sem saber como.

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No início do século passado, quando a pandemia da febre amarela ceifou milhares de vidas no Brasil, essa celeuma foi idêntica a atual. E as autoridades sanitárias como as de hoje, se tornavam impotentes para o cumprimento das determinações que entendiam necessárias. Lavar as mãos, usar álcool gel e máscara é o mínimo que se pode fazer para conter a propagação do vírus.

Diante deste quadro nefasto, estariam certas as autoridades que reduziram por decreto os efeitos da bandeira cinza? É verdade que foram quase que obrigados ao descumprimento do decreto estadual por conta da pressão de lideranças do setor mais afetado – os bares e restaurantes. Mas, o que farão para intensificar o combate à pandemia? Intensificarão os rigores da bandeira vermelha?

Como estes governantes se sentirão diante do crescente número de mortes e casos apontados pelos boletins emitidos por suas próprias administrações? Certamente, um diálogo aberto, sem pressão e sem medo de perder votos ou angariar antipatias seria a postura mais recomendável junto aos representantes de bares e restaurantes. Aliás, poderia ser replicado aqui os mesmos cuidados que esse setor adota na capital paulista dentro destes estabelecimentos. Afastamento, desinfecção adequada do ambiente, notadamente, mesas e esterilização de talhares e copos.

Fora dessas condutas pouco se contribui para minorar a propagação do vírus. Caso contrário, continuaremos em desacerto, na contramão do combate à pandemia.

 

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