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Três Lagoas, 24 de abril

Sindicalistas classificam postura de André como golpe

Na manhã de ontem, Maria Diogo e Petrônio Alves Correa Filho participaram do programa RCN Notícias da Rádio Cultura FM

Por Rafael Rossi
12/09/2012 • 07h58
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Na manhã de ontem, Maria Diogo e Petrônio Alves Correa Filho participaram do programa RCN Notícias da Rádio Cultura FM (106,5) e falaram sobre alguns assuntos relacionados à educação. Uma das questões comentadas foi o posicionamento do governo de Mato Grosso do Sul que, na semana passada, juntamente com os governos de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Piauí e Roraima, entraram com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a forma de reajuste do piso nacional de salários do magistério. A intenção dos governos é suspender, com efeitos retroativos, o artigo 5º da Lei 11.738/2008.

A presidente do Sinted classificou essa decisão do governador André Puccinelli (PMDB) como um golpe do governo contra os trabalhadores. “É mais uma artimanha, uma manobra judicial para postergar a implantação integral da lei do piso, a qual o Supremo Tribunal Federal já havia julgado como constitucional”, comentou Maria Diogo. Ela informou que dispositivo da lei federal que reserva 1/3 para hora-atividade tem sido questionado pelo governo, apesar do Tribunal de Justiça do Estado já ter determinado que o Estado cumpra a jornada extraclasse a partir do ano que vem.

O governado tem alegado que a implementação da lei acarretará em aumento na folha de pagamento do Estado, já que a forma de reajuste do piso nacional estaria acima da inflação. Outro questionamento é que o governo teria que contratar mais 1.500 professores para se adequar à lei.

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“O governo usa um discurso contraditório. Ele fala que não tem dinheiro, mas contratou de forma ilegal neste ano 1.800 professores para atuar como coordenadores de área nas escolas. Não somos contra os coordenadores, mas a maneira que foi feita a contratação, sem concurso. Outro ponto: para atender à lei, não tem dinheiro para a contratação, mas para contratar coordenadores tem?”, questionou. “Não entendemos essa política deste governo. Em pleno período eleitoral em que ele fala em eleger prefeitos, age dessa maneira? Ele trabalha contra a educação”, indagou.

Para o professor Petrônio, o governador André Puccinelli é como a maioria dos políticos conservadores. “Tem um pensamento calcado no século XIX. Esse é um pensamento retrógrado. O Brasil tem a sexta maior economia do mundo, mas com um estilo educacional de um país subdesenvolvido. O que adianta ter grandes obras, enquanto o povo ganha um salário mínimo ridículo, por falta de preparo e estudo”, comentou.

Ainda de acordo com Petrônio, Puccinelli leva as questões para o lado radical. “Ele é exacerbado, parece que tem ódio no coração. Imagine esse tipo de político na hora da escravidão. Iria perseguir tudo quanto é abolicionista. Se fosse à época da ditadura, iria mandar as pessoas para o DOI-CODI. É uma pessoa parada no tempo”, ponderou o professor.

Para o sindicalista, o trabalho do professor não é apenas dentro da sala de aula. A maior parte, de acordo com ele, é realizada extraclasse. “O professor tem que corrigir provas, preparar e planejar aulas, ler, pesquisar, e tudo isso é feito fora da sala de aula. Outra questão é que 85% dos professores são mulheres, que têm dupla jornada de trabalho. Pelo fato de ele [governador] ser homem, não entende isso”, disparou.

Ainda segundo Petrônio, quando os estados e municípios não têm receita para pagar, é só mandar uma planilha para o governo federal que a União faz a complementação. A lei do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) prevê isso. “O povo não precisa de pão e circo. O cidadão precisa formar seu filho para que o político não o tenha nas mãos”, alfinetou.

Durante o RCN Notícias, Maria Diogo e Petrônio ressaltaram que é importante os eleitores ficarem atentos e analisarem bem os candidatos que sobem ao palanque para declarar que a educação é prioridade, mas trabalham contra o desenvolvimento do setor.

 

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