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Três Lagoas, 28 de março

Trabalhadores ameaçam nova greve na fábrica da Petrobras

Mais de três mil operários devem suspender as atividades de construção da fábrica de fertilizantes

Por Arthur Freire/JP
20/02/2013 • 07h51
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Os trabalhadores que prestam serviço para o Consórcio UFN 3 prometem cruzar os braços novamente e suspender as obras de construção da fábrica de Fertilizantes da Petrobras. Na manhã de ontem, a comissão que representa os trabalhadores realizou uma assembléia na qual a maioria dos operários decidiu que deveria ser publicado um edital com indicativo de greve, prevista para se iniciar nesta semana.

De acordo com os representantes da comissão de trabalhadores, o consórcio responsável pela obra não cumpriu com o acordo firmado com a categoria no mês passado, quando os operários cruzaram os braços por dez dias. Depois do acordo, que contou com a participação dos sindicatos que representam os trabalhadores, eles voltaram ao canteiro de obras.

Entretanto, segundo Victor Hugo Rodrigues, representante da comissão, o Consórcio UFN 3 não cumpriu com nenhum dos itens acordados com os trabalhadores, com exceção de ter melhorado a condições de um banheiro do alojamento, o qual, de acordo com os operários, não oferece as mínimas condições de abrigá-los.

Ainda segundo a comissão, o consórcio continua não pagando as horas “in itinere” aos trabalhadores. “Quando eles viajam, também a empresa conta o sábado e domingo nos dias a que os trabalhadores têm direito. Além disso, os salários estão vindo com um monte de descontos”, disse Victor Hugo Rodrigues.

DECISÃO
A decisão dos trabalhadores em aderir novamente ao movimento de greve, de acordo com ele, ocorreu após reunião realizada nessa segunda-feira com o advogado do Consórcio, o qual teria dito que as empresas não tinham mais nenhuma proposta para oferecer à categoria.

Diante disso, a comissão procurou o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Construção Civil, Imobiliário e Cerâmico (Sintricom) de Três Lagoas para comunicar a decisão de aderir ao movimento de greve, conforme definido em assembleia realizada ontem. A publicação do edital estava prevista para hoje, e de acordo com a lei que trata do assunto, a greve seria iniciada 48 horas depois de o anúncio ser publicado.

“Queremos fazer uma greve correta e pretendemos buscar também o apoio dos representantes da CUT [Central Única dos Trabalhadores] e da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira [Conticom], até porque o sindicato de Três Lagoas [Sintricom] está mais do lado das empresas do que de nós, trabalhadores”, adiantou Rodrigues.

OBRAS
Segundo o trabalhador Adriano Ferreira, que também integra a comissão, essa greve deve atrasar ainda mais as obras de construção da fábrica de fertilizantes, a qual, conforme ele, já está com o cronograma bem atrasado. “E se depender da gente, se a empresa não cumprir com suas obrigações, vai atrasar ainda mais”, disse.

Ele informou que existem aproximadamente 3.500 trabalhadores prestando serviço nessa obra. Na semana retrasada, quando a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, esteve em Três Lagoas, ele disse que a intenção dos trabalhadores era conversar com ela e explicar o que estava acontecendo. Entretanto, segundo ele, o consórcio teria agendado uma reunião com a comissão em Três Lagoas, para que eles não tivessem acesso à presidente da estatal.

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