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Três Lagoas, 24 de abril

Três Lagoas registra 120 casos de automutilação entre estudantes

Levantamento foi feito pela Coordenadoria de Educação e abordado na sessão desta terça-feira

Por Ana Cristina Santos
20/02/2018 • 14h07
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Levantamento feito pela Coordenadoria Regional de Educação de Três Lagoas aponta o registro de 120 de crianças e jovens que se automutilaram na cidade. A maior parte, 97 casos, foi de alunos da Rede Estadual de Ensino. Em três escolas municipais foram registrados dez casos e os demais em outras unidades escolares e de pessoas que já não estudavam mais.

O levantamento foi feito em dezembro do ano passado a pedido do Conselho Municipal de Saúde de Três Lagoas. Segundo a presidente do conselho, Vilma Portela, a Secretaria Municipal de Educação ainda não encaminhou o levantamento completo. Por esse motivo, acredita que possa haver mais casos.

Além disso, segundo a diretora da escola Jomap, Lourdes Alves Nere, que faz parte de um grupo criado para acompanhar esses casos, também existem casos de automutilação em escolas particulares, porém essas negam a existência.

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O assunto foi abordado na sessão da Câmara Municipal desta terça-feira (20) pelo vereador Flodoaldo Moreno (Solidariedade), que é professor e também tem acompanhado o problema.

“Não sei se é um caso de saúde, mas é uma situação a ser estudada, as crianças são imediatistas. Analiso a automutilação como uma questão psicossomática [doença física ou não, que tem seu princípio na mente]. Já participei de algumas reuniões e não é uma questão fácil”, disse o vereador, ressaltando que esse não é um problema local, mas entende que políticas públicas podem sem implementadas pelo município , através das secretarias de Saúde e Assistência Social, para ajudar nesse combate. O vereador sugere, inclusive, ações preventivas.

De acordo com Vilma Portela, o grupo é composto por sete pessoas, entre elas, três psicólogas que são voluntárias.

Segundo a diretora da escola Jomap, algumas vítimas já receberam tratamento e outras estão em acompanhamento ainda. “Quando identificamos que o aluno está se cortando ou ficando careca porque puxa o cabelo, ou algum outro tipo de mutilação, chamamos os pais e encaminhamos para a rede pública de saúde, psicólogo ou até psiquiatra”, explicou.

Lourdes informou que quando o pai não leva o caso a sério, acha que é "frescura do filho" ou uma questão espiritual, encaminha a família para ter acompanhamento.  “É necessário acompanhar não apenas os alunos, mas os pais também precisam de acompanhamento”, destacou.

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