RÁDIOS
Três Lagoas, 19 de abril

Quatro mortes em janeiro deixam população de Três Lagoas apreensiva

Índice preocupa populares e autoridades que consideram o município um dos mais violentos do estado

Por André Barbosa
18/01/2018 • 15h00
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Em apenas 18 dias do início do ano, Três Lagoas já registra média de uma morte violenta a cada três dias, a mais recente, ocorrida no domingo (14) e revelada dois dias depois. Ao menos quatro pessoas perderam a vida por uso de arma - uma delas, por esfaqueamento.

O número é visto com preocupação por populares e autoridades, que consideram o município de 115 mil habitantes, um dos mais violentos do Estado. O dado assusta, se comparado com o ano de 2017 em que, durante todo o mês de janeiro, somente um homicídio foi registrado.

De acordo com o delegado titular da 3ª Delegacia de Polícia, Orlando Vicente, a situação é preocupante. “A cidade é violenta, se levarmos em conta, o número de habitantes. A maioria dos casos de violência fatal vem de residenciais como o Novo Oeste e Orestinho. Todos os homicídios foram cometidos por três-lagoenses e não por pessoas que chegam ao município para trabalhar. São todos daqui, ao contrário do que muitos pensam. A maioria dos trabalhadores das grandes obras foram embora”.

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O delegado, que está há 7 anos à frente da 3ª DP aponta que entre as motivações mais comuns para as mortes violentas estão o desemprego que levam a desavenças familiares e drogas. “Em minha opinião, é preciso investimento direto para o povo, nas áreas de esporte e, principalmente, cultura e lazer. Não existe opção para os jovens e muitos ficam sem ter o que fazer. Também faltam lugares para as pessoas com mais de 50 se divertir. É uma cidade em que não tem nem cinema”, disse.

Segundo a Polícia Civil revelou que a maioria dos crimes envolve jovens e homens que têm entre 20 e 40 anos, com algum tipo de relação com o tráfico de drogas ou brigas entre grupos rivais. Um dos casos é de latrocínio – roubo seguido de morte. Outra causa inserida é a motivação passional.

CRIMES DE 2018

O ano virou. Quatro dias depois, Afonso Henrique Macena, de 18 anos, foi morto durante tiroteio com policiais militares, minutos após roubar uma padaria no bairro Vila Maristela.

Na noite de 10 de janeiro, o pedreiro Robson da Silva de Lima, de 29 anos, foi esfaqueado por um síndico durante uma discussão no residencial Orestinho, zona Oeste de Três Lagoas. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu pela manhã.

No domingo (14), a agricultora Halley Coimbra Ribeiro, de 39 anos, recebeu três tiros à queima-roupa, disparados pelo ex-marido, Renato Bastos Otoni, de 63 anos. Ex-gerente industrial e aposentado, o assassino cometeu suicídio, supostamente no mesmo dia e utilizando a arma que vitimou a mulher. 

CRIMES DE 2017

Levantamento da Polícia Militar revelou que no mês de janeiro ocorreu um homicídio. Já em fevereiro foram quatro e, em março, reduziu para uma ocorrência.  O mês de abril registrou três casos e em maio foram cinco.

Nos primeiros seis meses, o número de homicídios em Três Lagoas chegou a 21 e fez com que 2017 fosse considerado o mais violento dos últimos cinco anos. A média de assassinatos na cidade, que possui 115 mil habitantes, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 3,5 por mês. Porém, junho se destaca ao registrar sete mortes e concentrar 29% do total de homicídios.

Outro dado assustador é que a quantidade de assassinatos mais que dobrou se comparada com o mesmo período do ano passado, quando nove pessoas morreram. O número também é superior a todo o ano de 2016 que registrou 18 homicídios. As ocorrências apontam que em 2015 foram 16 mortes, em 2014 ocorreram 17 e, no anterior, 19.

(Colaborou a repórter Kelly Martins).

 

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