Autoridades e trabalhadores três-lagoenses lamentaram, nesta terça-feira (26), o encerramento das negociações entre a Petrobras e o grupo empresarial russo Acron para a venda das instalações inacabadas da UFN 3 (Unidade de Fertilizantes Nigrogenados), que tem obras paralisadas desde dezembro de 2014. "É um sonho que acabou pra muita gente que veio para cá", disse Anilson Oliveira Grise, de 42 anos, metalúrgico desempregado desde maio de 2018. 

Como ele, outros trabalhadores lamentaram a falta de acordo da estatal brasileira com o Acron, divulgado com exclusividade pelo JPNews. "Havia uma grande expectativa para a contratação de muita gente, umas 10 mil pessoas, que agora não têm mais onde trabalhar", afirmou José Hemínio, de 40 anos, ajudante de pedreiro. 

O diretor da Casa do Trabalhador, Jurandir "Nuna" Viana, classificou a situação como frustrante. "É uma frustração para toda a cidade, porque havia uma grande expectativa da geração de empregos e renda já a partir do ano que vem", disse. 

O prefeito Ângelo Guerreiro (PSDB) foi informado do encerramento das negociações na sexta-feira, dia 22, durante viagem a Brasília (DF), onde se reuniu com parlamentares da bancada estadual no Congresso para tratar de outros assuntos. Disse, contudo, que preferia aguardar o comunicado da Petrobras. "É uma decisão que joga tudo por água abaixo e a nós resta torcer para que a Petrobras encontre outro comprador", disse.

GÁS

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, José Aparecido de Moraes, há chances de a Petrobras assumir o fornecimento de gás natural para a fábrica, que seria feito pela estatal boliviana YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos) ao Acron Group. A estatal, entretanto, afirma em nota emitida ao mercado, nesta terça-feira, que mantém seu projeto de sair em definitivo do setor de produção de fertilizantes, inclusive com a venda de uma fábrica em operação em Araucária (PR).

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