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Três Lagoas, 28 de março

Um projeto para o Aquífero Guarani

Por Mário Eugênio Saturno
01/06/2019 • 15h50
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O dia 29 de maio ficará marcado como o dia que se deu um importante passo para salvar o aquífero Guarani: o projeto Gigante Guarani - Restauração Ecológica do Bioma Mata Atlântica em áreas de recarga do aquífero. Um projeto financiado pelo BNDES, com apoio da Faculdade de Ciências Agronômicas (Unesp), da Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf) e outros, para melhorar a cobertura vegetal com espécies nativas e de gestão da cadeia produtiva do setor de restauração ecológica na região que abriga áreas de recarga do aquífero, nos municípios de Pardinho, Bofete e Itatinga (SP).

O aquífero é um reservatório natural de rochas que absorvem e retêm a água subterrânea. Ele se estende pelo território da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Muita gente crê que o Guarani vá durar uns quinhentos anos e que é tão “bão” que até os Estados Unidos querem - talvez fazendo um aqueduto de São Paulo a Boston (sim, isto é uma ironia) -. Infelizmente, lamento informar, não é verdade!

O relatório do projeto, de 2009, já apontava que Ribeirão Preto e região retiravam muito mais água do aquífero do que recarregava, consumia 80 bilhões de litros por ano enquanto a recarga anual era de 46 bilhões. A taxa de consumo diário da população era de aproximadamente 400 litros por habitante, enquanto o consumo ideal por habitante sustentável é de 230 litros.

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Em 2007, acreditava-se que as fazendas de água, técnica praticada em países como a Alemanha e Estados Unidos, deveriam ser utilizadas no Brasil para ampliar a captação e recarga da água do aquífero. Consiste em reservar locais próximos a poços e nascentes como zona de captura de água das chuvas, para evitar qualquer tipo de contaminação da água. 

O projeto Gigante Guarani quer promover a restauração da Mata Atlântica em 200 hectares de áreas de proteção permanente (APP), associado com a produção agroecológica, buscando alternativas econômicas para os produtores rurais realizarem a adequação ambiental e o treinamento para agricultores na cadeia produtiva da restauração florestal, captação de recursos e elaboração de projetos. 

Como parte do projeto, serão realizados dois ciclos de cursos de capacitação em módulos, voltados para grupos de agricultores familiares e produtores rurais. O primeiro deles capacitará os participantes para criação de viveiro de mudas, produção de sementes (coleta, beneficiamento e armazenamento), modelos de restauração, políticas públicas e vias de acesso ao financiamento, compensação ambiental e demais fontes de recursos. É modelo a ser seguido!
*É cientista e pesquisador.

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