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Três Lagoas, 28 de março

Uma cidade 'não capital'

Jornal do Povo completa 70 anos de muitas notícias, em Três Lagoas

Por Valdecir Cremon
29/07/2019 • 08h06
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D eve ter sido difícil para muitas pessoas entenderem o uso do termo “não capital” em referência a Três Lagoas, em 2016, o mesmo quando surgiu junto a uma iniciativa de dois bancos públicos e duas gigantes do setor privado no lançamento de um plano de desenvolvimento sustentável. Nada difícil foi entender porque a cidade foi incluída em um plano que, até aquele momento, era aplicado apenas em capitais.  

A execução do programa “Três Lagoas Sustentável”, financiado pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o Grupo Votorantim e a empresa Fibria (atual Suzano) não precisou de nenhuma explicação extra porque o crescimento da cidade que sedia duas das maiores fabricantes de papel e celulose do mundo se justifica por si. Ao mesmo tempo, investir na sustentabilidade do crescimento projetado é, por fim, ação conjunta pública-privada.

Liderado pela Fibria, a iniciativa consistiu em bancar estudos de técnicos e especialistas para levantamento das necessidades estruturais para “enfrentar” o desenvolvimento projetado para os próximos 30 anos. O custo disso foi de R$ 1 milhão, coberto pela empresa e pelo Grupo Votorantim, seu maior acionista na época, com recursos dos bancos.
Um calhamaço de planilhas e análises foi entregue no final do ano à gestão da ex-prefeita Márcia Moura (MDB), que não teve tempo de pôr em prática as ações sugeridas.

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Já por duas vezes, o governo atual afirma que utiliza dados dos levantamentos para guiar ações, principalmente no combate a danos de enchentes, planejamento de expansão das redes de educação, saúde, saneamento, transporte etc. O plano, porém, vai mais longe. Sugere, por exemplo, o combate à violência, exploração infantil, lazer e cultura.

Diversas constatações confirmam que Três Lagoas cresceu mais rápido que se previa exatamente pro conta de sua entrada na cadeia produtiva da celulose devido ao impacto social que a presença de trabalhadores de diversas regiões do país e de fora dele causa. Mas, não é só. A cidade ainda sofreu impacto do avanço dos setores de vestuário, da produção de grãos, embalagens, alimentos e energia - setores que ainda vivem em uma cidade “não capital” - diferente do da celulose, que viu lá em 2016 uma comparação e um nivelamento de Três Lagoas com capitais.

Neste momento, o plano de sustentabilidade está sendo revisado e avaliado para, como em sua origem, continuar pensando em Três Lagoas daqui a três décadas.

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