RÁDIOS
Três Lagoas, 17 de abril

Unidade de Pronto Atendimento sem previsão de funcionamento

Moradores da Vila Carioca convivem com o prédio, fechado, há dois anos

Por Arthur Freire
13/11/2012 • 08h18
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A Unidade de Pronto Atendimento (UPA), localizada nas imediações da rua Yamaguti Kankiti, na Vila Carioca, permanece fechada há dois anos. Apesar de mobiliada e com os equipamentos necessários, ainda não entrou em funcionamento por falta de médicos pediatras, segundo informou a secretária de Saúde, Eliane Brilhante.

No concurso realizado em abril deste ano para contratar os profissionais que iriam trabalhar na UPA, apenas três pediatras participaram. Contudo, o Ministério da Saúde exige que, para a unidade entrar em funcionamento, haja, no mínimo, oito médicos pediatras. A secretária de Saúde disse que já conversou com todos os profissionais existentes na cidade e, com exceção dos três, nenhum outro teve interesse em prestar serviço na UPA. “Conversei com todos pessoalmente e nenhum teve interesse em atender na urgência e emergência. Agora, vamos procurar em outras cidades”, informou.

Caso não consiga o número de pediatras necessário, Eliane Brilhante disse que a administração municipal vai ao Ministério da Saúde para tentar mudar a classificação da UPA, que é de porte II. O objetivo seria atender com um número inferior de pediatras em relação ao exigido por essa classificação, que é definida pelo ministério de acordo com o número de habitantes.

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Ao todo, serão 123 funcionários contratados para trabalhar na Unidade de Pronto Atendimento. Com exceção dos pediatras, todos os demais funcionários e médicos já foram definidos através de concurso público. Entretanto, sem estar com a equipe completa não pode entrar em operação, sob pena de não receber recurso do governo federal para entrar em funcionamento.

SALÁRIO
Para o presidente da Associação Médica de Três Lagoas, Antônio João Campos de Carvalho, a falta de interesse dos profissionais em prestar atendimento na UPA deve-se à política salarial da Prefeitura, que não é atrativa. “Certamente, se houvesse uma política salarial atrativa, médicos de outras cidades viriam para a cidade. É como se você, jornalista, fosse se candidatar a uma vaga de emprego e te oferecessem três maçãs como pagamento pelo seu trabalho, você iria aceitar? Não, né?!”, exemplificou o presidente da associação que representa os médicos.

Carvalho ressaltou que é preciso haver uma sensibilização por parte da administração municipal a fim de entender que é preciso haver uma melhor remuneração salarial para esses profissionais. “Não conseguem médico porque a política salarial é ruim, e no conceito deles [médicos], não vão trabalhar de graça”, frisou.

O presidente da Associação dos Médicos disse ainda que não sabe até que ponto a construção dessa UPA foi interessante, já que existe o Pronto Atendimento. “Por que não melhorou o Pronto Atendimento? Talvez, fechar um para o outro funcionar, não sei”, comentou.

A secretária de Saúde afirmou que não pode ficar refém do que os médicos querem ganhar. Entre os pediatras que procurou, segundo ela, houve um que pediu R$ 3 mil por plantão para trabalhar na UPA. De acordo com a secretária, o que foi oferecido para os profissionais atenderem na unidade está dentro da realidade de Três Lagoas.

Conforme o edital do concurso da UPA, o valor do plantão para o pediatra atender por 12 horas na unidade no período diurno é de R$ 770. No noturno, no mesmo período, é de R$ 847 o plantão de 12x36.

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