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Três Lagoas, 26 de abril

Violência contra mulheres segue com números alarmantes

Delegacia da Mulher já registrou quase 500 boletins de ocorrências neste ano

Por Ana Cristina Santos
08/05/2017 • 17h31
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O número de violência contra a mulher em Três Lagoas é alarmante. No primeiro quadrimestre deste ano, foram registrados 485 boletins de ocorrência de violência contra mulheres na cidade. O número equivale a 121 casos de agressão por mês, e quatro por dia.

Em razão da quantidade de casos registrados na cidade, a vereadora Marisa Rocha (PSB), solicitou na sessão da Câmara de Três Lagoas, na semana passada, mais investimentos e políticas públicas para coibir a violência contra a mulher. A vereadora sugeriu, inclusive, a implantação do projeto “Botão da Vida”- um aplicativo que pode salvar mulheres vítimas de agressão.

O projeto já funciona em Campo Grande. Num primeiro momento, somente mulheres que tiverem medidas restritivas contra agressores têm acesso ao aplicativo. Com apenas um toque, ela, envia uma mensagem por e-mail, ou uma ligação para o 190, e aciona instantaneamente o GPS, localizando a vítima com uma margem de erro de cinco metros.  Após acionado, ele indica à equipe onde está a vítima, possibilitando que a viatura mais próxima da localidade atenda a ocorrência o mais rápido possível.

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“O que a gente não pode, é aceitar e ficar omissa para esses casos de violência que estão acontecendo em Três Lagoas, e cada dia aumentando. São muitos casos, e alguns, absurdos, inclusive com morte”, disse a vereadora, que sugeriu, inclusive, a reativação do Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência. “Precisamos achar uma maneira de dar assistência para essas mulheres. Elas precisam saber que tem um lugar onde buscar apoio”, destacou.

DELEGADA

Letícia Mobis, responsável pela Delegacia da Mulher, em Três Lagoas, disse que, infelizmente na cidade sempre foi registrada uma média alta de violência contra a mulher.

Para a delegada, Três Lagoas necessita de um efetivo maior de policiais, inclusive com uma delegacia funcionando 24 horas, exclusivamente para o atendimento de ocorrências contra as mulheres. “Assim, poderíamos fazer o ciclo completo de polícia, que é acompanhar o caso desde o início do registro até a finalização. Isso é muito importante, principalmente nos casos de crime sexual. Além disso, precisaríamos ter um prédio adequado para atender essas mulheres, com mais segurança e privacidade para elas, e para nós”, destacou.

Segundo a delegada, a Casa Acolhedora foi desativada porque acabou o convênio que existia entre o município, Estado e governo federal.  Letícia Mobis entende que essa unidade precisa ser ativada, pois o local funcionava como um abrigo para as mulheres por um determinado período. Muitas mulheres que eram atendidas na Casa, inclusive eram de outras cidades.

Para a delegada, esse número de violência contra a mulher em Três Lagoas, reflete a realidade do país. “A nossa cultura é machista. O homem tem a ideia que pode se impor através da força. A gente tem muitos casos ligados ao uso de droga e álcool, mas a base de tudo é a ideia de que o homem pode se sobrepor a mulher através da força”, comentou.

Ainda de acordo com a delegada, existem muitos pedidos de medida protetiva, porém isso se esbarra no problema da fiscalização que é deficiente. “Deveria ter um mecanismo para nos informar quando houver a aproximação do homem, ou seja, a quebra das medidas protetivas”, salientou, ressaltando, por exemplo, o projeto “Botão da Vida”, que tem um custo elevado.

Em Três Lagoas, inclusive, segundo a delegada, tem uma mulher que tem esse monitoramento, através do projeto implantado em Campo Grande.

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