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Mato Grosso do Sul, 25 de abril

6 notícias sobre a guerra contra o vírus zika

Fique por dentro dessas e de outras novidades sobre o combate a esse agente infeccioso.

Por mdemulher
04/02/2016 • 08h48
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1. EUA identificam transmissão sexual do zika

Nesta terça-feira (2), profissionais de saúde do condado de Dallas, no Texas, anunciaram o primeiro caso de infecção por zika nos Estados Unidos que não ocorreu em indivíduos que contraíram o vírus fora do país. E mais: o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) confirmou que a transmissão do micro-organismo se deu por meio de uma relação sexual. A pessoa infectada não fez viagens internacionais e foi contaminada por um indivíduo que esteve na Venezuela. Até então, a literatura científica só havia registrado um caso de transmissão de zika pelo sexo e um episódio em que o vírus foi detectado em sêmen humano.

"Agora que sabemos que o vírus zika pode ser disseminado por via sexual, isso aumenta a nossa campanha de conscientização para educar a população a se proteger. Junto com a abstinência, os preservativos são o melhor método preventivo contra qualquer infecção sexualmente transmissível", alerta Zachary Thompson, diretor do Serviços Humanos e de Saúde do Condado de Dallas.

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2. Novos casos de zika e microcefalia em investigação

Em boletim divulgado nesta terça, o Ministério da Saúde anunciou que, até o dia 30 de janeiro, 4 783 casos suspeitos da malformação cerebral foram registrados. Desses, 404 já tiveram confirmação para microcefalia e/ou outras alterações do sistema nervoso central, sendo que 17 têm relação comprovada com o vírus zika. Já foram descartados 709 casos e outros 3 670 continuam sob investigação. Em relação à última atualização, feita no dia 23 de janeiro, houve um crescimento de 52% no número de casos investigados e classificados.

As notificações foram realizadas em 156 municípios de nove unidades da federação. A região Nordeste concentra 98% das cidades com casos confirmados, sendo Pernambuco o estado que lidera essa lista.

Em relação aos óbitos, o ministério informa que foram confirmadas 15 mortes de bebês por microcefalia e/ou alterações do sistema nervoso central. Dessas, cinco tiveram identificação do vírus zika no tecido fetal. Outras 56 continuam sendo investigadas.

São Paulo

Nesta terça-feira, a cidade de Campinas confirmou o primeiro caso de zika contraído no próprio município. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, trata-se de um homem de 20 anos, que doou sangue em abril de 2015. A descoberta veio após o receptor do material sanguíneo apresentar queda de plaquetas, o que não era esperado para o seu quadro de saúde. A partir disso, foram analisadas 18 bolsas de sangue e, em uma delas, o resultado foi positivo para o vírus zika.

No dia 29 de janeiro, a cidade de Piracicaba também anunciou o primeiro caso autóctone de zika. A paciente é uma mulher de 20 anos que está grávida de seis meses. Ela já passou por exames, que descartaram sinais de microcefalia no bebê.

3. Investimento na vacina

Também nesta terça-feira, a Sanofi Pasteur - divisão da farmacêutica francesa Sanofi - anunciou o lançamento de um projeto de pesquisa e desenvolvimento de um imunizante contra o vírus zika. A empresa foi pioneira na criação da vacina contra a dengue, aprovada em dezembro de 2015 pela Anvisa. Embora a elaboração de um medicamento para o zika possa levar anos, a Sanofi acredita que o processo poderia ser mais rápido, graças aos conhecimentos já adquiridos.

"Nossa inestimável colaboração com especialistas em pesquisa e em saúde pública globalmente e nas regiões afetadas pelos surtos de zika, junto com a mobilização de nossos melhores especialistas, deverão acelerar os esforços de pesquisa e desenvolvimento de uma vacina para essa doença" afirma John Shiver, diretor da Sanofi Pasteur.

Produção nacional

O Instituto Butantan, em São Paulo, também pretende iniciar estudos para o desenvolvimento de uma vacina contra o zika. A entidade já está trabalhando na criação de um imunizante para a dengue e, segundo o diretor do instituto, Jorge Kalil, uma possibilidade seria inserir um gene do zika no produto que está sendo elaborado. De qualquer forma, o medicamento não estaria disponível em menos de três anos.

Parceria

Na última semana, Brasil e Estados Unidos decidiram que vão reunir esforços para combater o vírus zika. Nesta terça, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, e a secretária de Saúde americana, Sylvia Burbell, reafirmaram o compromisso dos dois países na guerra contra o Aedes aegypti e no desenvolvimento de pesquisas para diagnóstico, vacina e tratamento da infecção causada pelo zika.

4. Notificações obrigatórias em casos de zika

O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira que, a partir das próximas semanas, a notificação de casos de infecção pelo vírus zika será compulsória. Em nota, a pasta diz que, atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) não contabiliza o número de casos da enfermidade.

5. Alerta mundial

Nesta terça, a Organização Mundial da Saúde (OMS) começou a desenhar um plano global de combate ao vírus zika. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a entidade anunciou que, de início, precisará de R$ 120 milhões para colocar em prática a iniciativa. Na segunda-feira (1), a OMS classificou como emergência de saúde pública internacional a disseminação do zika e a sua provável relação com o surto de microcefalia no Brasil. A decisão foi tomada após uma reunião de um comitê de cientistas que aconteceu em Genebra, na Suíça.

6. Efeito protetor?

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) pretendem investigar se alguns fetos podem ter genes que protegem ou facilitam a microcefalia. De acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo, o grupo liderado por Mayana Zatz, diretora do Centro de Pesquisas do Genoma Humano e Células-tronco da USP, vai se basear em casos recentes de gestações de gêmeos em que um dos bebês nasceu com a malformação cerebral e o outro, não. Até agora, a equipe já recebeu três relatos de casos como esses.

"O ideal seria monitorarmos o que acontece com todas as grávidas infectadas pelo zika tanto nos casos em que o bebê nasce com a microcefalia quanto nos que não nascem. Mas, como na maioria dos casos do vírus a pessoa não tem sintomas nem sempre vamos achar as mães dos bebês sem a má-formação. Por isso, pensamos nos casos dos gêmeos, porque já temos a comparação entre os dois bebês da mesma mãe. Esses casos podem nos dar respostas preciosas", disse a pesquisadora à publicação.

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