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Mato Grosso do Sul, 20 de abril

A moda dos artistas que se apresentam no Brasil em 2018

Da influência sessentista de Lana Del Rey ao grunge da década de 90 do Pearl Jam, veja o calendário de shows deste ano que chega

Por Redação
04/01/2018 • 09h45
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Moda e música podem caminhar muito bem juntos. Artistas podem espelhar estéticas (caso dos Sex Pistols e o punk, B-52’s e a new wave, Nirvana e o grunge) ou se apropriar delas (como Madonna fez tantas vezes ao longo de sua carreira, do cowboy do álbum Music ao orientalismo da faixa Frozen).

“É fundamental que o artista tenha uma imagem palpável, ela também é uma voz”,  diz a stylist e consultora de moda Manu Carvalho, que já trabalhou com nomes como Otto e Ivete Sangalo. “É também importante que ele tenha sua própria bagagem e seja ele mesmo. Não acredito em artista repaginado“, diz Manu, que destaca Solange, Rihanna a Beyoncé como bons exemplos dessa autenticidade. Confira o novo look da diva americana. 

Pegando carona no ano que começa, adiantamos o calendário brasileiro de shows internacionais de 2018, destrincha o estilo dessas bandas e cantores que vem ao país e lembra como eles refletem épocas e décadas:

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Fevereiro 

Primal Scream (dia 28, em São Paulo)

Bobby Gillespie criou o Primal Scream em 1984, quando ainda era baterista do Jesus and Mary Chain, mas a banda só estourou sete anos depois, quando lançou Screamadelica. O álbum — que, naquele ano de 1991, foi tão influente quanto Nervermind, do Nirvana — uniu o rock à dance music. Faixas do disco como Movin’ on  Up e Come Together remetiam à ao acid house e a cultura raver da época, de cores cítricas, estampas pop e o famoso símbolo do smile. O grupo britânico, que já gravou faixa e clipe com Kate Moss (Some Velvet Morning, de 2002), volta ao Brasil na esteira do lançamento de Chaosmosis (2016), com participação de Sky Ferreira.

Março

Katy Perry (dia 14, em Porto Alegre; dia 17, em São Paulo; e dia 18, no Rio de Janeiro)

Poucas cantoras foram tão pop na moda e na música destes anos 2000 quanto a americana, que volta ao Brasil para mostra Witness, seu quinto álbum de estúdio. Katy já usou pink da cabeça aos pés, vestido em formato de sorvete ou saia na forma de carrossel. Não à tão, a cantora tem uma forte parceria com Jeremy Scott, o rei do pop na moda. O estilista conta que antes do estrelato, a cantora o procurou dizendo que um dia seria famosa e que ele faria um vestido para ela. Não deu outra: Jeremy vestiu Katy para o gala do Met ao show dela no intervalo do Super Bowl e ainda a convocou para a passarela e campanha da Moschino, label do qual é estilista.

David Byrne (dia 24, no Lollapalooza, em São Paulo)

Byrne é um homem de muitos talentos: lançou mais de dez álbuns (dois deles em parcerias com Fatboy Slim e St. Vincent), criou sua própria gravadora (Luaka Bop), escreveu livros (Diários de Bicicleta e How Music Works), compôs trilha para o cinema (O Último Imperador, de 1987) pela qual venceu o Oscar e o Globo de Ouro e assinou trabalhos visuais (expôs em galerias e museus). Mas, antes disso tudo, ele foi o frontman dos Talking Heads, uma das bandas mais aclamadas dos anos 80, entre a new wave e o pós-punk, entre o pop e o experimentalismo. É difícil separá-lo da década e fácil lembrá-lo vestindo o terno ultra-estruturado que crescia de tamanho ao longo de Stop Making Sense (1984), filme que registrou show do grupo. A peça volumosa resume bem o exagero da década, o foco nos ombros e a alfaiataria extra large que agradavam os yuppiesdaqueles anos.

Pearl Jam (dia 24, no Lollapalooza, em São Paulo)

Eddie Vedder e companhia podem ter cortado o cabelo, aposentado coturnos e camisas de flanela xadrez, mas o Pearl Jam ainda é sinônimo do grunge dos anos 90. No início daquela década, vestidos florais, cardigãs oversized e sobreposições migraram das ruas para editorais de moda e passarelas: um então cabeludo Marc Jacobs se inspirou no gênero para criar a famosa coleção que provocou sua demissão da Perry Ellis, em 1992. No cinema, Vida de Solteiro(1992), comédia romântica de Cameron Crowe ambientada em Seattle (berço do gênero), trazia Matt Dillon como um roqueiro aspirante — Vedder e o baixista do Pearl Jam Jeff Ament fazem uma ponta como músicos da banda do personagem. Crowe, aliás, dirigiu o ótimo documentário da banda, Twenty (2011), sobre as duas décadas do grupo. Em tempo: Vedder aproveita a vinda ao Brasil para esticar e fazer dois shows solo em São Paulo, nos dias 28 e 29.

Lana Del Rey  (dia 25, no Lollapalooza, em São Paulo)

Não é só o pop melancólico de Lana Del Rey que carrega referências dos anos 50 e 60. Da maquigem aos looks, passando pelos penteados, a americana também bebe no visual das décadas. Mas a cantora também lançou moda nestes anos 2000: assinou coleção para a H&M, criou bolsa para a Mulberry e fez com que garotas usassem coroas de flores iguais às suas na plateia de seus shows. A americana volta ao Brasil para mostrar seu quinto álbum de estúdio, Lust for Life (2017), que conta com participações de The Weeknd, A$AP Rocky, Stevie Nicks (Fleetwood Mac) e Sean Lennon. Mas não deve se esquecer de velhos hits, como Video Games e Blue Jeans.

Depeche Mode (dia 27, em São Paulo)

Será a primeira apresentação da banda eletrônica inglesa no Brasil em 24 anos.Dave Gahan e companhia mostram aqui seu 14º álbum, Spirit, lançado em março passado, e lembram hits que marcaram os anos 80 e início dos 90 como “Enjoy the Silence”, “Just Can’t Get Enough” e “Strange Love”,  que influenciaram de Pet Shop Boys a The Killers — estima-se que o grupo já vendeu mais de 100 milhões de discos.  O trio pode ter explodido em meio às cores da new wave, mas, nos anos 80, seguia na contramão: eram fiéis ao preto, abusavam das peças de couro e arriscavam até alguns acessórios fetichistas.

 Maio

Ozzy (dia 13, em São Paulo; dia 16, em Curitiba; dia 18, em Belo Horizonte; e dia 20, no Rio de Janeiro).

O inglês vem ao país se despedir dos brasileiros. Ozzy anunciou que está será sua última turnê mundial, mas não garante que não irá fazer shows aqui e ali. Será, na verdade, sua segunda despedida: em fevereiro de 2017, ele encerrou a última tour do Black Sabbath, banda precursora do heavy metal. O grupo estourou nos anos 70 com álbuns como Paranoid e Master of Reality e canções como “Iron Man” e “War Pigs”, exibindo cabelos longos, barbas, crucifixos, calças boca de sino e botas. Pense no figurino de Quase Famosos (2000), filme sobre um garoto que acompanha a turnê de uma banda de hard rock nos anos 70, inspirado nas experiências do diretor, Cameron Crowe (ele de novo!), que esteve na estrada com grupos como o Led Zeppelin, quando escrevia para a Rolling Stone.

Hary Styles (dia 27, no Rio de Janeiro, e dia 29, em São Paulo)

Você pode lembrar de Harry Styles como um dos integrantes do One Direction, a boy band britânica formada no reality show britânico The X Factor. Mas neste ano o inglês aproveitou um hiato do grupo para a lançar seu primeiro álbum-solo, recebido com boas críticas e que ele mostra no Brasil — os ingressos acabaram em menos de dez minutos! Harry também chegou ao cinema: atuou em Dunkirk, drama ambientado na Segunda Guerra Mundial, dirigido por Christopher Nolan. Nesta fase solo, o cantor deixou moletons de capuz e a farta e famosa cabeleira pra trás. Vem apostando em uma alfaiataria colorida e estampada (ele adora os ternos florais da Gucci), com influência da década de 70, além do cabelo mais curto. (MDEMULHER)

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