RÁDIOS
Mato Grosso do Sul, 20 de abril

A relação apaixonada de Raf Simons pela arte

Em recente entrevista, o estilista belga responsável pelo estilo da Calvin Klein contou como o seu interesse pelo mundo artístico desembocou na moda.

Por Redação
04/08/2017 • 08h30
Compartilhar

A“O gerente do meu último estúdio dizia que eu e Raf somos irmãos separados no nascimento. Eu cresci numa fazenda na Pensilvânia, ele cresceu na zona rural de uma pequena cidade da Bélgica. Nós dois sempre quisemos fugir de nossos mundinhos. Agora, nós dois estamos juntos em cima da corda bamba, tentando entender o que estamos fazendo” diz Sterling Ruby, artista norte-americano e colaborador de longa data do belga que hoje dirige a Calvin Klein.

Em recente entrevista à Vanity Fair, Raf Simons contou tudo sobre seu background com o mundo das artes. Na verdade, essa é a sua primeira paixão. Não à toa, sua parceria com Sterling vem de tanto tempo: o criativo já participou da linha masculina e homônima do designer, de coleções de alta-costura em seus tempos de Dior e agora desenhou o interior da loja e o cenário do desfile do inverno 2017 da CK. “Eu trouxe o Sterling imediatamente quando estávamos falando sobre os espaços físicos da grife”, disse. “Eu tenho um eterno diálogo com ele que vai muito além disso”.

Para mim, a moda é interessante no momento em que ela é feita. Não sou romântico com o passado. Sou romântico com o futuro.

RCN 67: BANNER BAND FM
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

 

Além dele, o estilista é obcecado pelo trabalho plástico de sua geração. Nomes como Charles Ray, Richard Prince e Christopher Wool fazem parte de seu arquivo particular. “Também gosto muito de mulheres como Cady Noland, Cindy Sherman, Rosemarie Trockel e Isa Genzken“, lista. “Vários artistas têm medo da moda porque sentem que ela pode danificar a sua imagem intelectualizada. Eu amo quando conheço algum deles que não tem esse medo. O melhor exemplo, obviamente, é o Sterling.”

A moda, na verdade, surgiu em sua vida da maneira mais banal possível. Quando adolescente, ele assistia o programa Style with Elsa Klensch da CNN. “Ficava vidrado na televisão para ver estilistas internacionais como Montana e Muglerque faziam sucesso na época. Foi lá que eu conheci os japoneses, também”, diz referindo-se a Rei Kawakubo — da Comme des Garçons — e a Yohji Yamamoto. “Por dois anos, fiquei obcecado por Helmut Lang, mas depois comecei a apreciar as outras pessoas que estavam fazendo moda no mesmo período como a Miuccia Prada.”

“Se Dior era o meu couturier preferido do século passado? Não. Sempre preferi o Balenciaga. No entanto, exatamente por não ser um herói para mim, eu imaginei que poderia adicionar algo a seu legado.” Falando sobre herança estética, ele diz que recusaria trabalhar em uma marca jovem que ainda tivesse que construir sua própria história. “Por que eu faria isso?”, indaga. Aliás, apesar de estar ciente do valor da Calvin Klein na moda norte-americana, ele tenta não levar isso em consideração na hora de criar. “Se você me perguntar das roupas da Calvin Klein, eu realmente não estou olhando para isso agora. Eu não quero ser respeitoso. Quero me proteger por que sinto que tenho um ponto de vista muito claro e sei para onde quero ir.”

Recusando o passado, ele fala sobre a linha by Appointment da marca. “É couture, mas eu não queria usar uma palavra velha e francesa para definir o que estou fazendo“, disse o designer responsável por integrar todas as frentes da etiqueta: do underwear ao prêt-à-porter, passando pelo jeanswear e acessórios. “Para mim, a moda é interessante no momento em que ela é feita. Não sou romântico com o passado. Sou romântico com o futuro.”

(mdemulher)

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.

Últimas Notícias