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Mato Grosso do Sul, 26 de abril

As escolhas de moda de uma artista plástica

Adepta do menos é maIi, a artista plástica Mariana Tassinari aposta em um closet de boas ideias e peças herdadas dos avós

Por Redação
26/12/2017 • 10h23
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Formada em artes plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado, Mariana Tassinari não imprime um visual fashionista à primeira vista. Mas basta olhar com um pouco mais de atenção para perceber que o segredo de seu estilo está nos detalhes – algo que também vale para o minucioso trabalho artístico criado por ela. Mariana encerrou há alguns meses a exposição Sobretempo, na Galeria Superfície, que fica nos Jardins, em São Paulo. As obras foram feitas com recortes e colagens de negativos e fotos clicadas por seu avô em viagens entre 1968 e 69. O conceito traduz também a maneira como a artista pensa no que vai vestir quando coloca os pés para fora de casa – um estilo que contempla uma sobreposição de passado e presente e peças afetivas, herdadas dos avós. “Me preocupo em escolher roupas que funcionem para o dia todo. Antes de ser mãe, era mais comum sair de manhã com uma produção pensada para ir do trabalho ao jantar. Como não trabalho com tinta e materiais que façam sujeira, é um problema a menos”, explica ela, que vive com o marido, Jair Peres, e o filho, Miguel, de pouco mais de 3 anos.

A artista sempre gostou de arquitetura e quando criança desenhava plantas de casas e móveis. “Cheguei a fazer metade do curso de arquitetura e urbanismo do Mackenzie, mas parei por causa da parte burocrática”, diz para justificar o gosto por peças amplas, gráficas e muitas vezes monocromáticas. Mas ela não leva isso como regra. “Quando o assunto é me vestir, passo por fases. Às vezes, só quero usar estampas e tem momentos em que quero apostar numa única cor. Mas também entro em crise e me pergunto se preciso escolher entre as duas coisas”, brinca, chegando à conclusão de que o caminho mais sábio é equilibrar as vontades.

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Gianfranco Briceño/ELLE

Mariana usa e abusa de camisas, a maioria delas herdada do guarda-roupa do avô. Lenços e sapatos que pertenciam a sua avó também se tornaram indispensáveis. Paralelamente às artes, ela já esteve à frente da extinta marca Garoa, criada por seu irmão André. “Eu criava toda parte de estamparia. Depois assumi o marketing, coordenando a produção de catálogos, campanhas e até vitrines”, lembra ela, que deixou suas funções em meados de 2014 para se dedicar única e exclusivamente a seu trabalho artístico.

Uma das marcas de estilo da artista são os colares – e ela não sai de casa sem um. Sempre maximalistas, os acessórios se casam perfeitamente com suas produções neutras. “Aprendi a transformar os lenços da minha avó em colares. Coloco pingentes e pronto. São, inclusive, mais leves. E, melhor ainda, únicos”, conta.

Gianfranco Briceño/ELLE

Outro de seus artifícios é misturar peças de marcas clássicas, como Hermès eBattistoni, com itens low-profile de grifes como Cos e Martins.Tom, do estilista Tom Martins. “Eu gosto de moda e adoro o ritual de me vestir, mas gosto mais ainda de descobrir novas marcas, especialmente de estilistas como o Tom, que estão fazendo coisas legais e diferentes.”

Apaixonada por viagens, Mariana está sempre carimbando o passaporte. “Tenho a vontade e o desejo de viajar. Acho que está na família. Afinal, meus avós viajavam muito e meu último trabalho foi exatamente sobre isso.” Ainda sem data oficial, a paulistana planeja um desdobramento da exposição Sobretempopara 2018. “Desde que meus avós morreram, comecei a organizar o acervo de viagem deles e tem muita coisa. Trabalhei dessa vez só com os slides. Mas há passagens aéreas, fotos impressas, cartões-postais, recibos de restaurantes e hotéis, todos os passaportes. Quero misturar tudo para dar vida a algo novo. O passado deles é o meu futuro.”

Gianfranco Briceño/ELLE

(MDEMULHER)

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