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Mato Grosso do Sul, 19 de abril

De onde vem o it da parisiense mais rocker da moda

Fotografamos a produtor a musical e modelo Caroline de Maigret com os looks do inverno da Chanel.

Por Redação
08/09/2017 • 09h08
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Caroline de Maigret é uma encarnação da parisiense contemporânea. Cool, simples, engajada socialmente e muito chic, ela chega sorrindo ao estúdio onde será fotografada com looks Chanel e entrevistada pela ELLE: “Caroline, enchantée”. O que Caroline mostra em suas redes corresponde à realidade de seu dia a dia. Ela é fã de roupas despojadas, não gosta de perder tempo cuidando dos cabelos nem com produções complicadas, mas tem um estilo com um toque quase mágico de classe.

As bases desse charme, que impressiona e inspira mulheres, estão em seu diário digital, o Cdmdiary.com, feito em parceria com a Chanel. No blog, a escritora, produtora musical e modelo publica suas escolhas de moda e playlists e entrevista personalidades em eventos patrocinados pela marca. A francesa desfilou para a Chanel pela primeira vez em 1998 e, desde então, mantém uma relação estreita com a maison, comandada por Karl Lagerfeld.

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Caroline virou um ícone mundial de estilo com How to Be Parisian Wherever You Are: Love, Style and Bad Habbits, livro lançado em 2014, dividindo a autoria com Annie Berest, Audrey Diwan e Sophie Mas. Escrita em inglês, a obra já é vendida em 35 países e reúne truques de estilo da mulher parisiense.

Ela conta que escrever o livro foi um exercício que a levou a contar histórias verdadeiras, mas sem deixar de lado a ficção. “Quando eu chego em casa e conto algo para meu companheiro (o produtor musical Yarol Poupad), sempre dou uma enfeitada. Eu adoro fazê-lo rir.” Durante a entrevista, Caroline, 42 anos, revela que prepara um novo livro, com lançamento previsto para 2018. Dessa vez, sem muitas parcerias e para tratar de algo também bem parisiense: as neuroses. “Todos temos. Com o tempo, elas aumentam e aprendemos a lidar melhor com elas.”

Como você faz para atender a suas diversas responsabilidades?

Jogo todas as minhas atividades em diferentes partes do dia. Não posso abrir mão delas, senão me sinto como uma concha vazia. De manhã, depois de levar meu filho, Anton, à escola, corro 30 minutos e depois trabalho em minhas produções (Caroline é sócia do companheiro na produtora Bonus Tracks Records, um selo essencialmente de rock). E agora estou escrevendo meu novo livro. Na parte da tarde, vou ver o que está acontecendo na produtora. E guardo sempre um ou dois dias na semana para ver exposições e shows de rock que me interessam. É meu tempo para respirar.

Quais são as suas primeiras lembranças de moda e música?

Na música, foi sem dúvida o punk. Eu amava Alice in Chains, Bad Religion, saía à noite para escutá-los. A moda esteve sempre ligada à música e é ainda hoje a minha inspiração. Eu usava as roupas do Nirvana, as camisas xadrez, os jeans destruídos, os tênis do Public Enemy, os cabelos do Iggy Pop. As grandes camisas abertas e as calças justas do Keith Richards. Os meus primeiros amores de moda aconteceram por meio da música.

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Essas referências acompanham você até hoje na hora se vestir?

Mantenho sempre esse jeito rocker no meu guarda-roupa. É sensual. Quando saio e vou a um show, por exemplo, eu penso: como um rock star colocaria uma camisa preta com um jabô, um pouco chic? Aí deixo um botão aberto, coloco calças justas e sapatos baixos. Eu sou sempre rocker, e nunca clássica.

É você quem escolhe seus looks Chanel? Como acontece isso?

Sim. Adoro construir um look em volta de uma peça importante. Meu estilo é esse. Se eu colocar mais elementos, me sinto fantasiada. Não sou mais eu. Então escolho algo importante pela cor, pelo corte, pelo material. Uma peça para mim é suficiente. Depois eu equilibro com os básicos do meu acervo. Essa é a maneira de impor minha personalidade através da roupa.

Na história de Gabrielle Chanel, o que é mais inspirador?

Ela encarnava o direito de ser livre, independente dos homens. Eu adoro sua relação com a arte, a forma como ela se inspirava no trabalho de gênios como Cocteau e Stravinsky. Ela promoveu uma espécie de renascença na moda com seu jeito de ser. Mas, mais do que influenciar com um corte de cabelo ou uma roupa, foi a sua liberdade que a fez ser conhecida no mundo inteiro.

Quanto de ficção e de realidade existe no How to Be a Parisian Wherever You Are?

Provavelmente nem tudo é exatamente como está escrito, mas o que eu gosto é fazer as pessoas rirem. Adoro contar histórias com um pouco de imaginação. É assim que eu seduzo. As coisas não se passaram exatamente como eu conto, mas eu não estou nem aí. É assim que a gente deve viver a vida.

No próximo livro, você dará continuidade ao primeiro?

Falo sobre minhas neuroses em geral, sobre como viver com elas. É um livro em que eu analiso o que percebo em mim e em outras pessoas. É engraçado. Não é nada pesado. Ainda estou na fase de deixar meu espírito vagabundear, permitindo que as histórias venham à tona. E vai ter fotos feitas por mim, como no primeiro.

Você é muito neurótica? Com o tempo, as suas neuroses melhoraram ou pioraram?

Sou muito! Completamente neurótica. Mas ok, eu assumo e rio. No começo, eram angústias. Depois passam a ser neuroses. E a maternidade só aumentou todas elas. De repente, você tem uma relação diferente com a morte, com a doença. Tudo é diferente. Existe uma nova razão de viver e com elas novas angústias e neuroses. Mas tudo bem. Faço análise e levo tudo numa boa.

Quais são as suas principais posições políticas?

Eu não falo de política, mas de humanismo. Nele existem muitas coisas que me interessam, como os direitos das mulheres e das crianças. Aí eu sou ativista. Eu sonho e trabalho para que um dia as mulheres possam fazer o que têm vontade – estudar, trabalhar, casar etc. Eu tive muita sorte de ter nascido na França. Aqui é tudo muito avançado nesse sentido, tanto no direito de mulheres como na busca pela igualdade.

Você compra muito?

Não sou muito consumista. Não tenho nenhuma vergonha de repetir muitas vezes as mesmas roupas. Acho que quem me segue no Instagram dever perceber bem isso. Gosto das belas matérias e das belas coisas, mas não posso comprar muito porque são muito caras, então não consumo muito não.

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Você tem uma marca registrada que são seus cabelos longos e a franja cobrindo os olhos. Qual o motivo dessa escolha?

Foi o fotógrafo Mikael Jansson que cortou para um editorial feito em Londres. Ele disse que eu seria muito mais forte e muito mais eu com ela. Na época, eu chorei muito, pois era uma menina. Mas confesso que agora a franja me ajuda muito. Ela me acompanha e torna as coisas mais fáceis com a preguiça que tenho para me vestir. A verdade é que, com ela, se eu coloco apenas um jeans e uma camiseta, causo um efeito imediato, o que me poupa de fazer um esforço que não tenho vontade alguma de fazer.

Mas se você é preguiçosa como faz para mantê-la?

A franja? Sou obrigada a cortá-la todo tempo, uma vez por semana com a tesoura da cozinha! Às vezes, chego a fazer uns buracos. Depois, quando faço algum trabalho, os profissionais arrumam para mim. Acho o máximo mulheres que se ocupam de sua beleza o tempo todo, mas não sou assim.

Você tem belos cabelos assim mesmo. Qual o truque?

Eu não cuido muito e sempre levo bronca dos cabeleireiros. A única coisa que faço é uma máscara de jasmim da Leonor Gray duas vezes por mês. E mantenho minhas mechas com o Stéphane Pous há 20 anos. Eu gosto muito porque são naturais e estão dentro do espírito que eu busco para minha imagem: a naturalidade. Não sou de seguir a moda nem a beleza. Ao contrário, eu gosto muito que a moda e a beleza me sigam!

(mdemulher)

 
 
 

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