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Mato Grosso do Sul, 28 de março

Entre na dança

Não importa se você prefere os passos do balé ou o rebolado da zumba. Dançar contribui para a perda de peso, a definição muscular e o bem-estar mental

Por Redação
27/01/2017 • 09h58
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Foi-se o tempo em que fazer exercício físico era sinônimo de puxar ferro ou caminhar no parque. Hoje há um baile de opções convidando você a suar camisa. E a onda mais recente é dançar, atividade que invadiu o horário nobre das academias.

“Os ritmos de dança já representam 19% das aulas oferecidas para adultos e 20% para crianças”, conta Flávia Brunoro, diretora operacional da Competition, em São Paulo. “Dedicamos de 5 a 10% da nossa programação para esse tipo de atividade, dependendo da unidade e da cultura local”, informa Monica Marques, diretora técnica da rede Cia Athletica.

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Estilos para embalar o corpo não faltam. Tem zumba, balé, dança de salão, hip hop… “Há possibilidades para todas as idades, tipos e gostos”, garante Carla Salvagni, presidente da Confederação Brasileira de Dança Esportiva. Esse é, aliás, o ponto forte da modalidade. “Muita gente opta pela dança por ser mais dinâmica e divertida em relação a exercícios convencionais, como a musculação”, nota o ortopedista Ricardo Galotti, membro da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE).

 

Danças na moda

Dentro desse amplo universo, alguns ritmos têm deixado as pessoas mais balançadas. Caso do balé fitness. Demi-plié, grand-plié, passé? Não, ninguém precisa ser expert nesses passos para calçar as sapatilhas. A ideia da aula é misturar gestos da dança clássica com exercícios comuns no cotidiano das academias, como agachamentos, abdominais e flexões. Assim, dá para fortalecer os músculos e torrar calorias de uma tacada só.

Pontos fortes do balé fitness: trabalha postura, equilíbrio, flexibilidade e músculos.

Contraindicações: dependendo da idade e de limitações, alguns movimentos não são recomendados.

 

Outra febre do momento é a zumba, com movimentos típicos de ritmos latinos. “Ninguém fica parado”, assegura Alan Brasil, professor da academia Bio Ritmo, em São Paulo. E, a cada quebrada de quadril, surgem ganhos à saúde. Em estudo da Universidade Kingston, na Inglaterra, pesquisadores analisaram o impacto da zumba em mulheres sedentárias e com sobrepeso – elas dançaram uma vez por semana, durante dois meses. Nesse período, houve redução de gordura corporal, aprimoramento de aptidão física e maior bem-estar emocional.

 

Pontos fortes da zumba: dá condicionamento e flexibilidade. Queima até mil calorias por aula.

Contraindicações: hipertensos e cardíacos precisam de autorização médica.

 

Benefícios de mexer o esqueleto

Dá pra dizer por aí que quem dança seus males espanta. “A atividade melhora a capacidade cardiorrespiratória e a coordenação motora”, resume as vantagens Galotti. Aprender coreografias ainda facilita a perda de peso. A aula de zumba, estrela naquela pesquisa inglesa, pode detonar até mil calorias numa sessão.

Se preferir, é possível eliminar mais ou menos isso ao apostar na dança de rua (a street dance), movida a gêneros como hip hop ou rap. Para quem ambiciona músculos fortes e um corpo alongado e flexível, adivinhe? Bote o corpo para bailar! “A dança do ventre, por exemplo, tonifica a musculatura de costas, braços, pernas, abdômen e glúteos”, afirma a professora Cristiane Amaral, da Cia Athletica, na capital paulista.

Sem contar os benefícios que não aparecem no espelho. É que a dança estimula o cérebro por causa do esforço de concentração e memorização dos passos. Nesse contexto, é um exercício bem-vindo especialmente para vovós e vovôs. “Ela pode ajudá-los em suas tarefas diárias, melhorando a marcha, o equilíbrio, a força muscular e o desempenho cognitivo”, enumera Adriana Guimarães, doutora em motricidade humana e professora da Universidade do Estado de Santa Catarina.

Cientistas da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, puderam ver de perto esse combo de efeitos positivos. Eles convidaram 54 voluntários com idades entre 65 e 74 anos a participar de aulas de dança latina duas vezes por semana, por quatro meses. Pois os dançarinos amadores chegaram ao fim do experimento andando mais rápido e com a mente tranquila.

Quem já manifesta certas condições de saúde também sai ganhando ao arriscar passinhos pelo salão. Para citar um caso, pesquisadores canadenses resolveram avaliar o impacto de um programa de dança terapêutica no dia a dia de pessoas com Parkinson. E a socialização envolvida na atividade foi crucial para tirar esse pessoal do isolamento. Com isso, a qualidade de vida deu um salto.

Mas, antes de sair por aí imitando o lendário dançarino americano Fred Astaire (1899-1987) ou a talentosa bailarina carioca Ana Botafogo, convém ter alguns cuidados. Se já conviver com um problema de saúde, procure o médico para discutir o tipo de dança mais apropriado a você. “A escolha depende do perfil da pessoa, sua idade e limitações. Se alguém apresenta dor osteomuscular crônica, por exemplo, determinados movimentos podem ser contraindicados”, diz a médica Amanda Rodrigues, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. “Mas, em todas as modalidades, é possível pensar em adaptações para dançar sem entraves”, completa. Seja qual for o ritmo preferido, uma coisa é certa: para a saúde, vai dar samba.

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