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Mato Grosso do Sul, 28 de março

Falar Bem

A Fonoaudiologia que transforma vidas

Por Redação
26/09/2016 • 15h43
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Você já sentiu dificuldades para deglutir? Já “enrolou” as palavras na hora de falar uma frase pronta, até daquelas mais fáceis? Por acaso, já olhou para uma fotografia sua e percebeu que tinha algo errado em sua imagem?  Parecem ocorrências simples, não é? Só parecem. É preciso por atenção sobre elas e, até, buscar ajuda em profissionais que sabem o que isso significa.
A fonoaudiologia vai além de uma simples correção de sotaque ou vício linguístico, ela interliga e reabilita funções vitais do nosso corpo. 
A fonoaudióloga Gabriela Turci Rosa conta que o mais fascinante em sua profissão é poder habilitar ou reabilitar funções vitais – mastigar, engolir, respirar, falar, ouvir – e ver a reação do paciente. “Colocar o aparelho auditivo em um paciente que não ouve há muito tempo, ou nunca ouviu, e ver o semblante dele ao ouvir o primeiro som, é, sem dúvidas, indescritível”, comenta.
Revista SE7E – A essência é a mais importante característica, aquilo que é mais central, dentro de uma área. Para você, qual é a essência da fonoaudiologia?
Gabriela - É a pessoa se comunicar. A fonoaudiologia trabalha sempre com a reabilitação ou a habilitação. Para mim, a essência está ligada à todas as áreas, não a uma área específica. Todas as maravilhas que a pessoa descobre ou tem a oportunidade de redescobrir. Por exemplo, eu tive um paciente vítima de AVC [Acidente Vascular Cerebral] que perdeu a capacidade de deglutir, estava usando sonda nasogástrica e, na primeira consulta, me disse: ‘A única coisa que eu quero é voltar a tomar um copo d’água’. E eu respondi: Então nós vamos tomar um copo d’água juntos. Devolver para a pessoa a capacidade de realizar um desejo dentro de necessidades tão básicas, à sua vida normal, é fantástico.
Qual foi o motivo de você ter escolhido a fonoaudiologia?
Eu sempre quis a área de saúde e sabia que dentro da fonoaudiologia eu teria um caminho, tanto que desde que me formei nunca fiquei uma semana sem trabalhar. Me apaixonei pela profissão dentro da faculdade, porque entrei sem saber ao certo todas as áreas de atuação da fonoaudiologia, sendo tão abrangente. Já trabalhei em diversas áreas, desde o teste da orelhinha, adaptação de aparelho auditivo, e, atualmente, dentro da terapia – motricidade oral, reabilitações, estética facial, que trabalha o movimento muscular facial, e toda a parte neurológica com pessoas com deficiência. 
Fale sobre sua descrição profissional, onde cursou, quando se formou e sobre suas principais áreas de atuação.
Entrei na faculdade em 2004 e me formei em 2008, na Unoeste, em Presidente Prudente (SP). E sempre optei por fazer as atualizações e aprimoramentos dentro do meu curso porque sou apaixonada por todas as áreas e, por isso, ficou muito difícil seguir uma em especial, então optei por partir para o ramo de atualização e aprimoramento naquelas que mais me identifico. 
Qual seu principal foco de tratamento de pacientes ou principal área de atuação?
Além das crianças com deficiência, na Apae, eu atuo em reabilitações. Optei por fechar meu consultório para me dedicar aos atendimentos domiciliares - Home Care. Um paciente que sofreu um AVC, por exemplo, não tem condições de se deslocar até o consultório, e assim funciona para a maior parte das reabilitações. Então, hoje, me dedico à Apae, no tratamento de crianças com deficiência, e às reabilitações em atendimento Home Care. 
Qual a relação da fonoaudiologia com a estética facial e o que é o método therapy taping?
A estética facial na fonoaudiologia é baseada na motricidade oral onde buscamos, justamente, a harmonia e simetria da face. Esse tratamento pode ser aplicado tanto para o rejuvenescimento como para a adequação da função muscular.  Um exemplo muito marcante é a utilização em paciente pós-paralisia facial, onde um lado fica muito diferente do outro e o que deve ser corrigido é, justamente, essa desigualdade. Já o Therapy Taping, é um tratamento complementar, onde é colocada uma bandagem elástica funcional sobre o músculo a ser trabalhado e, quando aplicada, promove estímulos mecânicos e sensoriais constantes.
Qual a importância do atendimento domiciliar – Home Care – nos casos em que você atende?
Na maioria dos casos em que a família busca o atendimento em casa, os pacientes estão muito debilitados o que dificulta o deslocamento deles até um consultório. Nas sequelas de AVC, por exemplo, a pessoa pode perder a capacidade de falar, de compreender o que outro fala e também de mastigar e deglutir o alimento. O atendimento fonoaudiológico é imprescindível. 

 

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