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Mato Grosso do Sul, 24 de abril

Johnson sabe há décadas que talco poderia causar câncer, diz agência

Substância cancerígena já foi banida de mais de 60 países

Por REDAÇÃO
17/12/2018 • 08h35
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A Johnson & Johnson sabe há décadas que o talco da marca continha amianto, uma substância cancerígena proibida no Brasil e em muitos outros países.

Segundo reportagem publicada pela agência Reuters, uma revisão dos documentos relacionados a um processo que o gigante farmacêutico enfrentou e perdeu na Justiça dos Estados Unidos, comprova o conhecimento por parte da empresa.

O estudo revelou que entre 1971 e o início dos anos 2000, executivos, mineradores, doutores e até advogados estavam cientes de que o talco cru testava positivo para a presença de amianto. Muitas vezes, até mesmo no produto final era detectada a substância.

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Em julho deste ano, nos Estados Unidos, em um processo movido no Estado do Missouri, a Johnson & Johnson foi condenada em júri popular a pagar 5 bilhões de dólares a 22 mulheres e suas famílias que alegam que o talco causou câncer nos ovários. Uma das alegações era justamente que fazia mais de quarenta anos que a empresa sabia que o produto poderia causar tais efeitos.

Alerta da OMS

Em julho de 2017, a Organização Mundial de Saúde (OMS) fez um alerta para o mundo sobre os riscos do amianto. Esse mineral, usado principalmente na fabricação telhas de fibrocimento, foi considerado comprovadamente cancerígeno. Respirar as fibras do amianto é o suficiente para desenvolver o mesotelioma (tumor maligno no tecido que envolve os pulmões) e a asbestose, ou “pulmão de pedra”, endurecimento do pulmão que leva à morte lentamente por perda de ar. As doenças relacionadas ao amianto são consideradas incuráveis e podem levar muitos anos para se manifestar.

A Organização Mundial de Saúde concluiu que o amianto causa mais de 100 mil mortes por ano no mundo. O mito do “uso controlado” foi derrubado por estudo da organização, que afirmou que não existem limites seguros para o uso do amianto. A única saída é o banimento e a substituição por outros materiais. Por isso, mais de 60 países já baniram totalmente essa matéria-prima.

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