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Mato Grosso do Sul, 23 de abril

O YouTube trocou as voltas a Bernardo Nascimento

Por Redação
31/08/2012 • 11h30
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 Um português de 36 anos vai apresentar a Ridley Scott, durante o Festival de Veneza, um projecto de série de dez episódios, de 15 minutos cada, para ser exibida na plataforma YouTube. Bernardo Nascimento chega aí - à possibilidade de ter à disposição 500 mil dólares - porque é um dos dez finalistas do Your Film Festival, um festival de cinema online (criado por Scott). Uma curta que realizou, North Atlantic (no ano passado distinguida com o prémio de fotografia no Festival de Curtas de Vila do Conde), foi seleccionada de entre 15 mil propostas. Chegou-se a um lote de 50 semifinalistas e uma votação pública online definiu os dez títulos finais, entre os quais o do português. Um grupo que inclui dois norte-americanos, dois australianos, um boliviano, um brasileiro, um libanês, um egípcio e um espanhol. 


Mas a verdade é que a partir de agora North Atlantic não fará mais nada por Bernardo. Serviu para ter encontro marcado com Ridley Scott em Veneza, onde, de hoje e até 8 de Setembro, se desenrola o Festival Internacional de Cinema. É a proposta que lhe vai apresentar no dia 2 que o declarará ou não como vencedor. Se vencer, terá ainda de ser convencido... Na verdade, está progressivamente a convencer-se. É que Bernardo ainda tem dúvidas. "A plataforma online não me convence." Mas por outro lado: "Há coisas que estão a mudar." 

Experimentou essa reticência no início do processo, quando lhe propuseram apresentar North Atlantic online. Percebe-se, a reticência, quando se vê um filme a pedir ecrã largo, a desejar o cinemascope mítico e experiência às escuras em sala grande. Em cerca de 15 minutos: a história de um controlador aéreo numa ilha açoriana que entra em contacto com um piloto que ficou sem combustível sobre o Atlântico e vai despenhar-se. Encontro suspenso, uma clássica espera: quando começa pode lembrar-nos Carpenter (os planos nocturnos do recorte da costa, O Nevoeiro) mas progride para uma música à beira da comoção que, ainda por cima falado em inglês, evoca o encontro entre David Niven e Kim Hunter no A Matter of Life and Death de Michael Powell e Emeric Pressburger. É claro que North Atlantic permanece numa antecâmara, sem explodir como a fantasia romântica de Powell/Pressburger. Mas não parece nada estar a fazer "género" - está convictamente ensopado em classicismo.

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