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Mato Grosso do Sul, 28 de março

Os melhores lugares para conhecer em uma viagem ao Japão

A viagem é longa, mas vale cada segundo

Por Redação
07/03/2018 • 07h53
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A viagem até o japão é loooooonga, mas vale cada segundo. Impossível não voltar transformada depois de entrar em contato com uma cultura tão diferente da brasileira e que une templos budistas às luzes neons mais modernas que você verá na vida. Nossa diretora conta o que viveu nos quase 20 dias que passou por lá.

Conhecer o Japão é como entrar em um filme, daqueles com muita luz, sabores diferentes e, ao mesmo tempo, muito silêncio e histórias. Mesmo que eles falem uma mistura de pouco inglês, japonês e muita mímica, todo mundo se entende. Eles são cordiais e silenciosos. As coisas são organizadas para que dê tudo certo para todo mundo e ninguém atrapalhe a pessoa ao lado (imagine que dentro dos Shinkansen, os trens-bala, há um aviso pedindo que tomemos cuidado com o barulho, inclusive o do teclado do computador). O respeito ao outro e às coisas é muito presente em tudo que é feito, e, mesmo tendo ruas lotadas, ninguém te tromba, mesmo que esteja no celular. Tente acompanhar o fluxo. É um exercício bonito de civilidade. Os japoneses fizeram da gentileza a base da reconstrução do país após a Guerra, nos disse uma executiva com quem conversamos. Deveriam reconstruir juntos um país que fosse bom para todos. Aliás, a pergunta “Aqui é seguro para mulheres? ” Demorou uns cinco segundos para ter resposta. Sentir-se segura é uma sensação libertadora, então tente se programar, olhar as dicas, que vão facilitar muito, e ter uma das melhores experiências da vida. Viagem sem gafes: Veja com a Copastur Prime as coisas que não você não deve (nunca) fazer no Japão Patrocinado 

Tóquio

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Tempo de estada: 8 noites

A capital do Japão tem espaço para todo tipo de gent e, de todos os estilos. Tem áreas modernas, templos tradicionais. Tem bairros como Aoyama, com suas lojas de grife, Harajuku, com os cosplays, Nakameguro, com o canal e os hipsters passeando. Na região de Shinjuku está o Golden Gai, uma área famosa por ter minibares, um depois do outro. Preste atenção, porque muitos cobram entrada. Se quiser algo parecido, mas menos turístico, perto da estação de Shibuya e do famoso cruzamento diagonal existe uma área com esses pequenos izakayas, em que você pode experimentar porções de comidas bem esquisitas, que eles adoram; a gente, às vezes, nem tanto. Você vai ter a oportunidade de falar com japoneses e saber mais sobre a vida deles. Tome um drinque, converse um pouco, pague a conta e vá para o bar seguinte. Quem quer restaurantes estrelados vai encontrar na cidade uma verdadeira constelação Michelin, o guia francês que avalia os melhores lugares para comer do mundo. Por outro lado, dá para provar os melhores lámens da vida por preços baratinhos nos restaurantes ao lado de qualquer estação. As lojas de conveniência também quebram um galho. Têm ótimos sanduíches, bentôs (caixinhas com “PFs” japoneses) e outras delícias.

Diferentes tipos de hospedagem também não faltam. Para um orçamento mais enxuto, a cidade tem inúmeras opções de hotéis e Airbnb a preços bem acessíveis. Escolhemos um apartamento em Kagurazaka, um bairro charmoso e bem localizado, longe do movimento, mas cheio de bares e restaurantes. A rua principal é aberta para pedestres aos domingos, e fica cheia de gente. Muito de Tóquio é a vista, o horizonte infinito de prédios, então uma outra opção é o Ritz-Carlton, em Roppongi, que fica no prédio mais alto da cidade. Tomar café da manhã com vista para o Monte Fuji é indescritível, você entende por que os japoneses aguardam tanto esse momento. Vale a pena investir num quarto com acesso ao Club Lounge, no último andar. O dia todo tem comidas e drinques à vontade. E, se couber dentro da sua grana, o Mandarin Oriental é outra escolha perfeita. Fica em Nihonbashi, centro antigo de Tóquio (dá pra ir a pé para o Tsukiji Market, famoso mercado de peixes).

A recepção fica na frente de uma vista panorâmica da cidade, e o hotel conta com restaurantes como o Molecular Tapas Bar, com estrela Michelin, onde tivemos uma experiência sensorial e gastronômica surpreendente, daquelas em que você experimenta comidas com fumaça, espumas e sabores que não provaria normalmente. UMA DICA: gaste um dia na Disney japonesa. É bem menor que a americana, mas ainda assim divertidíssima.

Naoshima e Teshima

Tempo de estada: 3 noites

Para quem gosta de arte e arquitetura, Naoshima e Teshima são destinos obrigatórios. As ilhas do mar de Seto formam um complexo de museus e instalações artísticas espalhados entre as casas de pescadores chamado Benesse Art Site. A arte se integra à cidade, se mistura e se confunde com ela. Para chegar às ilhas, pegamos um Shinkansen até Okayama, e de lá um trem para a cidade de Uno, de onde parte a balsa para Naoshima e Teshima. O complexo tem um acervo que vai de nomes como Monet e James Turrell até artistas menos conhecidos por nós. Eles estão divididos entre os grandes pavilhões e as pequenas instalações distribuídas pela cidade. A arquitetura de mestres como Tadao Ando, responsável pela concepção do conjunto de Naoshima, e Ryue Nishizawa, autor do Teshima Art Museum, onde se encontra a obra de Rei Naito, está pelas ilhas. Naoshima tem um sistema de ônibus municipal (decorado com bolinhas da artista plástica Yayoi Kusama) que, como tudo no Japão, funciona muito bem, e o Benesse oferece um shuttle que leva os visitantes gratuitamente do ponto finaldo ônibus até os museus. Em Teshima, vale a pena alugar uma bicicleta elétrica para vencer as subidas e descidas da ilha. Suas pernas agradecem.

Osaka

Tempo de estada: 1 noite

Osaka é a cidade da gastronomia do Japão. Comer bem é o maior atrativo turístico da cidade. Foi lá que experimentamos pela primeira vez um teppanyaki. Sentadas no restaurante Hanagatami, em frente ao chef, vimos de camarote a preparação na chapa quente dos diversos vegetais, peixes e cogumelos. A grande estrela da refeição foi o corte de wagyu. Fomos passear na região de Dotombori, que fica em volta do canal. É o Japão do nosso imaginário: cheio de estímulos, tomado por painéis luminosos, que piscam e têm som. E cheio de gente. É nessa área que se encontram várias opções de comida de rua, como o famoso bolinho de polvo. Mas é importante tentar achar algo logo de cara, porque tem tanta opção que você pode se perder (a gente acabou entrando em um restaurante que tinha pizza de hambúrguer…).

Nara

Tempo de estada: 1 tarde

No caminho entre Osaka e Kyoto, fizemos um desvio e fomos a Nara. Deixamos as malas nos armários da estação (sim, são seguros e ajudam muito em viagens longas) e seguimos para conhecer o Buda gigante de bronze do templo Todaji, que é Patrimônio Mundial da Humanidade, não tem como não se emocionar. Como não tínhamos muito tempo, decidimos não visitar os jardins e ir direto ao principal. A cidade tem inúmeros veados, que andam soltos pelos parques e pelas ruas. Eles estão por todo o caminho e se aproximam das pessoas — é engraçado e fofo para quem gosta de bichos.

Kyoto

Tempo de estada: 4 noites

A cidade, famosa por seus chás, é uma das preferidas de quem visita o Japão. Para nossa sorte, o hotel onde nos hospedamos oferecia passeios exclusivos aos hóspedes, para podermos só ser levadas, sem precisar pensar tanto. Visitamos o templo Myokakuji, onde participamos de uma cerimônia com canto e tambor, que foi emocionante. Na sequência, visitamos os jardins do templo e tomamos chá com os monges. Aqui, ninguém falar a mesma língua importa bem pouco. Além das experiências oferecidas num catálogo, o Ritz-Carlton disponibiliza uma profissional que cuida de pedidos especiais. Fizemos dois programas com ela. Numa manhã, visitamos o templo Tofukuji, onde participamos de uma sessão de meditação zazen. Depois, mais uma vez tivemos a oportunidade de tomar chá com os monges, conversar e aprender um pouco sobre a vida deles. Quem fala inglês é sempre muito solícito em tentar traduzir as conversas, então aproveite. Como tudo nesta viagem, coisas diferentes acontecem o tempo todo. O programa do dia seguinte era estar na recepção do hotel às 5h30 da manhã; de lá, fomos levadas a uma cerimônia do chá especial, em Saijyoan, casa do poeta medieval Saijyohoshi (1118- 1190), um samurai que servia o imperador. O ritual foi realizado numa sala de chá escura, iluminada apenas por três velas. Durante cerca de uma hora, pudemos observar um homem com treinamento samurai executar movimentos precisos para preparar o incenso e o chá, em absoluto silêncio. Enquanto isso, o dia clareava e a luz entrava pela janela. Foi emocionante. Um passeio para quem quer fugir dos lugares mais cheios são os jardins da antiga residência do ator japonês Okochi Sanso. Ela fica no caminho do bambuzal de Arashiyama, que é encantador, mas parece um shopping na véspera de Natal de tão cheio. A propriedade tem jardins lindos e vistas impressionantes das montanhas. No fim do passeio, existe um espaço onde os visitantes recebem uma cumbuca de matchá, o chá-verde que eles preparam com muito esmero. Em Kyoto, comemos o melhor sushi da viagem. No restaurante Mizuki, tivemos a experiência de um quase sushiman particular, que, além de preparar uma comida deliciosa, nos explicou sobre cada peixe com um livro em inglês, cada preparação, como ele tempera o arroz, como ele deixa um pequeno túnel de ar no meio, para que o sushi fique mais leve. Ensinou que sushi pode ser comido com as mãos, que devemos molhar só o peixe no shoyu. E isso tudo acompanhado por uma degustação de chás gelados.

Akita

Tempo de estada: 1 noite

Onsens são banhos públicos em que a água brota da terra naturalmente quente. Tsurunoyu é o nome do onsen histórico que visitamos. Existem relatos da existência desse ryokan, hospedaria no estilo tradicional japonês, de 1638. Os banhos são visitados pelo público desde 1688. O Tsurunoyu é um dos poucos onsens no Japão que oferecem banhos mistos. Isso é raro, pois eles são feitos sem roupa. Nus mesmo. Os mistos são interessantes se você está viajando com o mozão: dá pra ficar de molho naquela piscina branca sulfurosa juntos. Existe um ritual de limpeza antes de entrar na água, que brota naturalmente a cerca de 60 °C. Desavisadas, nos queimamos um pouco na primeira entrada. Nas vezes seguintes (foram sete banhos nas cerca de 14 horas que ficamos lá. Quem amou muito a aguinha quente?), já sabíamos como fazer, então foi tudo mais fácil. Exalamos enxofre por alguns dias, mas valeu a pena. O lugar é de cinema, como um filme clássico japonês.

Kanazawa

Tempo de estada: 1 noite

A cidade é famosa por ter sido um centro ninja e pelos jardins de Kenrokuen, um dos mais bonitos do país. E também pelo 21st Century Museum of Contemporary Art, com obras de grandes nomes da arte contemporânea mundial. Mas Kanazawa valeu mesmo pela hospedagem. Escolhemos um Airbnb que oferecia uma proposta diferente. Era a casa da Kumiku, em um templo budista moderno. Ficamos em um quarto dentro da casa dela, com tatame de futons e vista para um jardinzinho zen. De manhã, depois do café, ela celebrou uma cerimônia budista adaptada para a gente participar, cantar junto e oferecer incenso. A Kumi tem impresso os cantos em letras ocidentais para que os hóspedes dela possam acompanhar. Depois, fizemos com ela uma oficina de caligrafia tradicional japonesa. Isso tudo antes das 8, porque ela tinha que sair para trabalhar. Acordar cedo no Japão vale a pena, pois a sensação de “quando vou voltar aqui? ” É grande. Talvez você precise de férias das férias.

Dicas para uma viagem feliz

Nossa viagem levou 28 horas. Para ser menos cansativo, ser bem tratada é fundamental. Planejando com antecedência, dá para achar tarifas boas até na classe executiva. Fomos pela Qatar Airways, e foi uma bela escolha. A parada em Doha leva três horas, ideal para esticar as pernas e fazer compras no aeroporto, que é lindo!

O Japão exige vistos para brasileiros. Em São Paulo, existem escritórios como o Centro de Visto Japonês, que ajudam no processo.

Turistas podem comprar, só no Brasil e já com o visto emitido, um passe de trem da Japan Rail, que dá direito a viagens ilimitadas em praticamente todos os trens da companhia, incluindo no Shinkansen, o trem-bala.

Onde não se fala a língua, conexão à internet é fundamental. Na Japanwireless.com, nós alugamos, do Brasil, um modem portátil, que pode ser compartilhado. Pegamos no desembarque do aeroporto. Depois, é só devolver via correio, na embalagem que vem junto.

Para descobrir os endereços dos restaurantes: jogue o nome ocidental no Google Maps e siga o mapa. Não vai dar para ler o letreiro em japonês, mas as fotos identificarão o local.

Viajar de trem com malas pode ser um transtorno, pois não há muito espaço. Mas existe um serviço nas lojas de conveniência das cidades grandes e em algumas estações de trem: o envio de bagagem. Você paga cerca de US$ 20 por mala média e no dia seguinte ela estará no seu destino.

Nem sempre há papel-toalha nos banheiros públicos. Japoneses costumam carregar as próprias toalhinhas.

Os japoneses não dobram o dinheiro. Leve uma carteira em que caiba a nota retinha. Se couber real, cabe iene. Leve também um porta-moedas. Os japoneses adoram moedas.

Ao pagar algo, coloque o dinheiro ou o cartão na bandejinha à sua frente, nunca na mão do atendente. O troco (será dito em voz alta, você não vai entender, mas pode confiar) vai ser devolvido na sua mão. Isso vale para lojas, restaurantes, hotéis e até táxis.

Falando em táxis, os motoristas têm uma alavanca do lado deles que abre e fecha as portas dos passageiros. Então, não bata a porta! O motorista fará isso para você.

(mdemulher)

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