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Mato Grosso do Sul, 25 de abril

Parque Linear

é projetado para área da antiga ferrovia

Por Ana Cristina
03/08/2017 • 17h17
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pós a desativação da ferrovia no perímetro urbano de Três Lagoas, muitas são as propostas e sugestões para o reaproveitamento dessas áreas, hoje sob a responsabilidade da União, mas que, em breve, serão transferidas ao município.
Estudos técnicos apontam para a necessidade de uma ocupação visando à preservação do espaço para uso cultural e de lazer, mas também para melhorar a mobilidade urbana da cidade, com a construção de uma nova avenida de ligação da BR-262, passando pela região dos novos conjuntos habitacionais Novo Oeste e Orestinho, até o centro da cidade.
A integração de um espaço cultural e de lazer, interligados por meio da criação de um Circuito das Lagoas, conectando as lagoas à área da antiga linha férrea, é uma das propostas do Plano de Ação Três Lagoas Sustentável, que se coaduna com as propostas do novo Plano Diretor Participativo. A proposta contempla a recuperação dos patrimônios construídos, associados a projeto de implantação de equipamentos com usos institucionais de modo a recuperá-los, mantê-los vivos e preservados.
Os estudos mostram a necessidade de integração do projeto Circuito das Lagoas e da antiga Estação, os quais obedecerão uma diretriz de valorização das três lagoas que dão nome à cidade e visa integrá-las ao patrimônio que deu origem ao município. Nesse contexto, deve contemplar a melhoria dos passeios públicos, implantação de ciclovias, iluminação pública, mobiliário urbano, equipamento de lazer e esporte, parques infantis, travessias de integração da cidade, integração e valorização do patrimônio ferroviário, criação da identidade visual do conjunto e um marco para a valorização do turismo.



PARQUE LINEAR
Um dos projetos apresentados para essa área que pertencia à antiga ferrovia, no perímetro urbano da cidade, é a criação de em Parque Linear - um complexo urbano de atividades sociais, culturais, de recreação e lazer. O projeto foi elaborado em 2013 por um grupo liderado pelo arquiteto e urbanista Ângelo Marcos Vieira de Arruda, professor e coordenador do Observatório de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal, (UFMS), a pedido da então prefeita Márcia Moura, (PMDB). A proposta começou a ser discutida, em 2011, durante a revisão do Plano Diretor.
Mas, ficou parada devido à falta de dinheiro e pelo fato do município não ter recebido ainda a área. No entanto, agora que o município está prestes a ficar responsável por todo esse espaço, bem como pelas diretrizes previstas no Plano de Ação e no novo Plano Diretor, o projeto volta a ser discutido.
Além disso, o primeiro Plano de Mobilidade Urbana da história de Três Lagoas, já elaborado, discutido e, em fase de ser aprovado pelo Legislativo Municipal, para que se torne lei, também mostra a necessidade de se dar ocupação correta para essas áreas que pertenciam à ferrovia. 
O parque é apontado como solução para a mobilidade urbana e melhoria da qualidade de vida de moradores, que terão espaço para a prática de diversas atividades.  No espaço estão estação, o armazém, oficinas e áreas livres e emblemáticas para a cidade, como o parque de eucaliptos. A ideia do projeto é aliar atributos de lazer, cultura, desporto, recreação, cidadania, história e patrimônio cultural. Esse, segundo o arquiteto, seria um dos maiores parques do Mato Grosso do Sul - para turismo, lazer cultura, feira, exposições, museu, e para a instalação de um prédio para prefeitura.
Arruda ressalta que o complexo configura um espaço urbano importante para a história da cidade “com prédios que, quando restaurados e com novo uso, vão contribuir para melhor utilização, como prática de atividades de caminhada, com ciclovias e atividades lúdicas e elementos esculturais que marquem a área”. 

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Três Lagoas pode ganhar nova entrada 

A ideia do projeto de ocupação e preservação dessas áreas também é de permitir que haja uma multiplicidade de usos, partindo da rodovia BR-262, no Jardim Imperial, até o centro. Essa área seria utilizada para o ciclismo, esporte, e poderia, de acordo com o projeto, ser utilizada para um VLT [Veículo Leve Sobre Trilhos] para transportar pessoas.
O projeto prevê também uma avenida que deve seguir o traçado ferroviário que corta a cidade, o que resolveria problemas de mobilidade urbana, prejudicado por um aumento de fluxo de veículos e pessoas devido a novas urbanizações, como os conjuntos habitacionais Novo Oeste e Orestinho.
O Plano de Mobilidade Urbana, elaborado pela Fundação de Apoio à Cultura e Ensino do Mato Grosso do Sul (FAPEC), em parceria com Observatório de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), também prevê um moderno corredor que vai do cruzamento da avenida Rosário Congro com a Filinto Müller até o ponto 80 na BR-262.  A proposta é a identificação dos moradores com a via que será arborizada, devendo incluir, além de uma avenida, ciclovia, terminais e corredor expresso de ônibus.
No final do ano passado, representantes de 25 entidades pediram apoio do governo do Estado para revitalização dessa área que pertencia à ferrovia. Após o georreferenciamento - tipo de levantamento detalhado da área -, a intenção é que um projeto executivo do que poderá ser feito no local seja elaborado e posteriormente executado, em etapas. 
Uma das reivindicações do grupo é justamente a implantação de uma avenida, interligando o centro da cidade até os conjuntos habitacionais. Nessa região da cidade se encontra também a nova escola do Sesi e o Instituto Senai de Inovação de Biomassa.  Em razão desse conglomerado de empreendimentos nessa região do bairro Santa Luzia, se faz necessária uma nova via de acesso. Atualmente existe apenas a rua Angelina Tebet, para quem vai sentido centro/bairro, pavimentada.

MINIDISTRITOS INDUSTRIAIS

Na opinião do professor de economia da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), campus de Três Lagoas, Marçal Rogério Rizzo, Três Lagoas cresceu, mas não desenvolveu como necessário. O município, de acordo com ele, apresenta problemas graves na área de mobilidade, trânsito, escoamento de águas fluviais e até mesmo a divisão da cidade em “lado de lá” da linha férrea e “lado de cá”. 
“Penso que uma avenida bem planejada e estruturada que ligasse os barracões da NOB, passando por de trás da nova escola do Sesi, por de trás do cemitério municipal e chegasse a BR-262, já seja extremamente necessário. Nota-se que existem vários vazios urbanos nestas regiões e defendo a ideia da implementação dos minidistritos industriais”, disse, Rizzo.
Grande parte da população, de acordo com ele, mora no que é chamado “lado de lá” da linha, e os distritos industriais, ou estão nas áreas rurais ou próximos a barranca do rio Paraná, dessa forma os trabalhadores têm que se deslocar até seus postos de trabalho. “Deslocamento é gasto de tempo e dinheiro. Distribuir empregos pelo espaço urbano desde que, bem pensado, nas atividades e setores econômicos, respeitando o Plano Diretor, significa economia no bolso do trabalhador e menos problemas de mobilidade para a gestão pública”, analisa.
Ainda de acordo com ele, São José do Rio Preto (SP) já vem criando seus minidistritos industriais há décadas e tem colhido bons frutos nas distribuições da geração de empregos e riquezas pela área urbana.
O prefeito Ângelo Guerreiro disse que está em busca de um financiamento para a execução de grandes obras de asfalto e drenagem na cidade, e parte dessa verba, se for liberada, deve contemplar parte dessa obra na área da ferrovia. 
Enquanto o município não consegue um valor considerável para a execução dessa obra, disse que a intenção é implantar alguns projetos menores para preservar os prédios na área central. Na antiga Estação Ferroviária a ideia é instalar um terminal de ônibus. Em um dos barracões da antiga ferrovia, uma Central de Abastecimento (Ceasa), para fomentar a agricultura familiar e contribuir com os pequenos produtores rurais do município, e nas proximidades, um barracão coberto para abrigar a feira livre.

 

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