RÁDIOS
Mato Grosso do Sul, 19 de abril

Por que é importante ter mulheres à frente de grandes marcas

Maria Grazia Chiuri na Dior, Clare Waight Keller na Givenchy, Bouchra Jarrar na Lanvin... Uma nova era está começando.

Por Redação
03/04/2017 • 10h46
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Feminismo não é mais uma palavra desconhecida do mundo da moda. Aliás, ela deixou de ser entendida como uma vilã e passou a ser uma aliada, um objetivo, talvez até um imperativo. Num momento em que até a Dior – uma das maisons mais tradicionais do mundo – estampa em uma de suas camisetas os dizeres “We should all be feminists“, é porque o jogo realmente virou.

No entanto, o que inicialmente parecia apenas um despertar da moda para um movimento de extrema importância (e relevância também) para a sociedade está finalmente dando seus frutos. O resultado de todas essas mobilizações, dentro do micro-cosmos do mercado de luxo, é claro, é uma propensão das grandes marcas de colocarem mulheres em cargos criativos de liderança.

Se antes Miuccia Prada era uma das poucas representantes da luta, a italiana está ganhando algumas comparsas. A primeira delas, obviamente, é Maria Grazia Chiuri. Depois de sair da sombra da Valentino – onde ela dividia os holofotes com Pierpaolo Piccioli -, a designer agora brilha sozinha à frente da Dior. Considerando a primeira coleção que a estilista desenhou para casa, já deu para entender que este é o momento de dar mais espaço e voz às mulheres em um mercado que, majoritariamente, é movido pelo dinheiro que sai dos bolsos (ou das it-bags) delas.

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Não à toa, depois de uma das mais longevas carreiras em uma só etiqueta, Riccardo Tisci finalmente saiu da Givenchy depois de 12 anos, deixando espaço para a entrada de Clare Waight Keller, ex-Chloé. O movimento, apesar de oportuno, é arriscado. O italiano criou uma fórmula que funcionava. Se por um lado ele se apropriava do legado obscuro e dramático que Alexander McQueen e John Galliano deixaram para a marca, Tisci também inseriu boas doses de sex appeal e sportwear na Givenchy.

O que se espera é que Keller siga na mesma linha que Chiuri e Bouchra Jarrar – na Lanvin pós-Alber Elbaz – estabeleceram. Com estas mulheres, as roupas destas marcas gigantescas deixaram a ideia do statement para trás e abraçaram a possibilidade do diálogo. O desfile não acontece para provar um ponto de vista artístico ou alguma subjetividade pouco relacionável.

Agora, a função é causar desejo imediato, fazer com que a plateia se veja naquelas peças que – apesar de parecerem superficialmente simples – trazem uma intelectualidade velada, que aparece somente nos detalhes. Percebida somente pelos mais atentos. A semana de moda tende, com isso, deixar de ser um afago no ego dos ditos “criadores” e passar a ser um serviço para as consumidoras que, no fim do dia, pagam as contas de todo mundo.

 

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