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Mato Grosso do Sul, 25 de abril

Qual a importância de usar óculos de sol de qualidade

Não basta combinar com o look e estar na moda, é preciso ter certificações!

Por Redação
13/01/2017 • 11h54
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Hoje em dia, é possível achar óculos esteticamente perfeitos e que tenham preços justos, já que as peças podem ser encontradas em diversos lugares, de lojas de grife a comércios ambulantes. Muitas pessoas escolhem os óculos de sol tendo em mente as tendências da moda, os modelos mais bonitos e que combinam com seu estilo, mas a questão que realmente precisa ser observada é a qualidade das lentes que cada um oferece.

Isso é importante porque a radiação ultravioleta (UV), que vem do Sol e preserva o calor e a vida na Terra, pode causar danos no tecido do olho, desde a superfície até a parte mais interna, formada pela retina. “Doenças de córnea e superfície ocular, formação mais precoce de catarata e alguns tipos de degeneração de retina estão associadas a maior exposição a esse tipo de radiação, por exemplo”, pontua o Dr. Tiago Rodrigues Batista, oftalmologista do Hospital 9 de Julho, de São Paulo.

Apesar de os olhos terem mecanismos próprios de proteção contra os raios UV, no entanto, eles podem não ser suficientes por conta da intensidade e do tempo de exposição a que a pessoa está submetida. “Os óculos solares têm como principal objetivo a proteção contra a radiação ultravioleta e contra outros comprimentos de onda de luz nocivos. Além disso, eles também bloqueiam parte da luminosidade e garantem menor agressão aos olhos, o que previne doenças e proporciona mais conforto e nitidez”, explica o especialista.

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Embora muita gente acredite que o acessório só deva ser usado no verão, ele é indispensável nas quatro estações do ano. “A radiação ultravioleta, que é a mais nociva ao olho, e alguns comprimentos de onda que também podem prejudicar a saúde ocular estão sempre presentes. O próprio ambiente também reflete essa radiação (através do chão, dos vidros das janelas, da areia, da água, da neve), direcionando-a aos nossos olhos. Então, é indicado o uso dos óculos durante os horários de maior incidência, mesmo em dias nublados ou frios”, alerta.

Ao comprar um óculos de sol, é preciso ~ficar de olho~ para ter certeza se ele é mesmo de qualidade. “Precisa ter certificação da Associação Brasileira de Produtos e Equipamentos Ópticos (Abióptica) e as lentes precisam ser regulares, ou seja, toda a superfície deve ter a mesma espessura”, orienta Miguel Haidamus, diretor da Triton Eyewear.

Ademais, existem padrões internacionais de qualidade para óculos solares. “Os mais conhecidos e mais aceitos mundialmente são o da Austrália e Nova Zelândia (AS/NZS 1067:2003), o Europeu (EN 1836:2005), o Britânico (BS EN 1836:2005) e o Americano (ANSI Z87.1-2003). Logo, se houver na embalagem, na garantia, ou na haste dos óculos alguma dessas siglas, eles respeitam padrões internacionais de qualidade e protegem seus olhos. Os que seguem o padrão britânico podem ter escrito, em alguma parte, a sigla CE. Além da proteção ultravioleta, os óculos também podem estar de acordo com o padrão 21 CFR 801.410, do órgão americano FDA, que se refere à segurança de impacto”, indica o Dr. Tiago. De acordo com ele, também é importante observar se as lentes não estão danificadas ou riscadas, bem como de quanto é o grau de proteção ultravioleta – o ideal é que tenha 100%, ou próximo a esse número.

Para pessoas fotofóbicas ou que passam muito tempo expostas à claridade, como quem pratica esportes ao ar livre ou passa o dia dirigindo, é interessante investir em lentes polarizadas, que alinham a luz, evitam ofuscamento e deixam as imagens mais nítidas e com mais contraste. “Vale lembrar que esse tipo de produto não garante maior proteção, a diferença está apenas no conforto”, ressalta o oftalmologista.

Além de observar a qualidade da lente, também é necessário escolher um óculos que se adeque perfeitamente ao rosto. “O ideal é evitar os modelos que se afastam demais e que tenham lentes muito pequenas, pois não deve existir um grande espaço entre a face e a armação, já que também entra radiação ultravioleta pelos lados. Nesses casos, uma lente escura pode ser até pior, pois faz com que os olhos deixem de usar alguns mecanismos de defesa e recebam ainda mais esses raios que chegam pelas laterais”, alerta o Dr. Tiago.

A cor da lente também é importante no momento da compra, mas não está relacionada com o grau de proteção, pois o que muda é a quantidade de luz que chega aos olhos, não a proteção contra raios UV. “As melhores marcas geralmente proporcionam 100% de proteção ultravioleta, independente da cor da lente. Como dica importante, as lentes mais escuras devem ter máxima proteção, pois, como deixam passar menos luz, então, o olho se engana e também deixa de usar certos recursos para se defender. Outra dica é evitar lentes com filtros muito escuros para situações que demandam mais nitidez, já que a qualidade visual diminui em lentes muito escuras”, atenta o médico. “Tons de marrom são indicados para dirigir, porque reduzem o brilho, o que é bom para quem tem miopia e hipermetropia. Já os tons de verde são bons para pessoas com mais de 60 anos, porque aumentam o contraste, e os tons acinzentados reduzem o brilho sem distorcer as cores, por isso, são ideais para quem tem astigmatismo”, indica Miguel Haidamus.

Considerando o que foi dito, é essencial destacar que usar de um óculos de sol de má qualidade chega a ser pior do que não usar o item. “Se não estiver discriminado nos óculos, ou na garantia, nenhuma daquelas siglas mencionadas anteriormente, já aumentam as chances de a peça ser falsificada. Você também pode testar se, ao colocar o óculos, há algum sinal de distorção da visão ou desconforto. Marcas desconhecidas e de procedência duvidosa devem ser evitadas e as ópticas devidamente regulamentadas são os locais de maior confiabilidade. Porém, mesmo que o óculos seja comprado fora de uma óptica, como em uma loja de marca, por exemplo, os padrões de certificação devem ser obedecidos e os certificados de garantia e porcentagem de proteção UV observados”, ensina o Dr. Tiago.

Embora seja um tema controverso, é importante mencionar que a proteção UV tem data de validade. “Os próprios fabricantes nem sempre apresentam esse prazo e existem poucos estudos sobre isso. Com o que se conhece até hoje, pode-se afirmar que há perda da proteção em um intervalo que gira em torno dos dois anos. É também observado que, quanto mais os óculos forem expostos, mais rápida será a perda. Sendo assim, recomenda-se que os óculos ou lentes sejam trocados a cada dois anos. E, se a exposição e uso for muito frequente (como, por exemplo, um salva-vidas, que fica todos os dias exposto na praia) a troca pode ser feita antes, entre um e dois anos”, comenta o especialista.

Dessa maneira, lentes inferiores podem causar lesões oculares, além de gerarem desconforto e menor qualidade visual. “Quando os olhos ficam expostos à luz do dia, as pupilas se dilatam e, se não houver proteção adequada contra os raios solares, os olhos ficam ainda mais vulneráveis”, conclui Miguel. Assim, é essencial verificar a procedência quando for comprar um óculos e conversar com o seu oftalmologista para ouvir suas recomendações, combinado? 

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