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Mato Grosso do Sul, 16 de abril

Queda de cabelo: fuja da calvície!

A calvice está atingindo as mulheres mais cedo, mas há tratamento para todos os casos

Por Redação
21/11/2017 • 09h35
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Tem uma boa e uma má notícia. A má: antes restrita ao público masculino – e feminino após os 45 anos ­-, a calvície tem feito vítimas cada vez mais jovens. Cerca de 25% das mulheres com 30 anos já apresentaram sintomas da alopecia androgenética, nome científico do distúrbio, segundo o dermatologista João Carlos Pereira, de São José do Rio Preto (SP). “Com a mulher no mercado de trabalho, tendo maior participação social e praticando atividades físicas, não é mais possível ficar com o cabelo estrategicamente arrumado, escondendo a área rala por dias ou semanas”, explica o dr. Pereira. Fora os indícios de que essa realidade contribui para o problema. “Nos últimos 20 anos, a incidência da queda feminina praticamente dobrou”, reforça o dermatologista Valcinir Bedin, de São Paulo. Agora, a boa notícia: nenhuma de nós precisa arrancar os preciosos fios de nervoso. Há tratamentos para todos os casos, com grandes chances de sucesso, sobretudo quando diagnosticados precocemente. Veja os fatores de queda que mais atingem as cabeças femininas.

Fator 1 – Herança indesejada

“Geralmente, há uma grande tendência familiar no processo da calvície”, explica a cirurgiã dermatológica Alessandra Haddad, de São Paulo. Nos homens, essa herança se manifesta na forma de ?entradas? na parte frontal da cabeça. Nas mulheres, os fios ficam ralos por toda a extensão. Aconteceu com a propagandista Thaís Fernandes, de 26 anos, que desde os 15 convive com a queda herdada do pai, a alopecia androgenética. Ela se tratou e, hoje, não tem mais falhas. Mas sabe que o distúrbio a acompanhará a vida toda. Isso porque, quando há o fator genético, a raiz sofre a ação dos hormônios masculinos, levando à miniaturização dos fios: eles afinam, perdem a cor, diminuem de comprimento e caem.

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Força na peruca

A fim de interromper a queda, o médico pede exames dos hormônios DHEA, testosterona livre e total e tireóide. Para casos iniciais e moderados, indica loções de uso tópico e pílulas anti-hormônio masculino. A dermatologista Patrícia Rittes é fã da mesoterapia capilar. “Sigo o protocolo do médico francês do Felipe Petit, com aplicações de injeções à base de vitaminas”, diz. Para casos em que a perda já está bem nítida, o  médico João Carlos Pereira indica transplante de fios (veja abaixo).

Fator 2 – Pós-parto

Durante a gravidez, o cabelo parece mais forte e brilhante. Mas depois… É queda livre! O fenômeno, chamado de eflúvio telógeno e que tem como causa fatores hormonais, pode durar de três a seis meses. Às vezes, a queda pode ser tão forte que o couro cabeludo fica aparente. O mesmo pode acontecer com quem faz dietas restritivas drásticas ou passou por um trauma físico ou psicológico.

Força na peruca

Segundo a dermatologista Alessandra Haddad, o tratamento é feito com reposição de ferro e nutrientes, ingestão de pílulas à base de vitaminas e outras substâncias. Também são armas bem eficientes: os lasers de baixa intensidade e o infravermelho, que evitam a morte celular da matriz produtora do fio.

Fator 3 – Tortura aos fios

Stress em alto grau, assim como doenças auto-imunes, podem levar os fios a um colapso – e eles despencam em tufos. É a alopecia areata, conhecida como pelada. O couro cabeludo fica com falhas arredondadas do tamanho de uma moeda em vários pontos. O mesmo dano pode ocorrer, acreditem, por maus-tratos aos fios. As donas de cabelo crespo são fortes candidatas à queda do tipo traumática. “Quanto mais enrolado o fio, menos ele cresce e mais frágil é”, explica a médica Alessandra. Por isso, pode cair devido a alisamentos, relaxamentos, chapinhas, escovação excessiva… “De tão severa a queda, em muitos casos, é irreversível”, revela o João Carlos Pereira. E quem tem cabelo liso e não dispensa uma química, em especial as descolorações sucessivas, pode deixá-lo fino, seco, áspero e com pontas duplas. Fica quebradiço e tende a cair.

Força na peruca

Vale ter carinho especial pelo cabelo, conversar com seu cabeleireiro sobre como mudar o visual sem prejudicar os fios e apostar em uma dieta balanceada. Certos alimentos, ricos em substâncias que fortalecem e formam o fio, não podem faltar no seu cardápio: carnes (aminoácidos lisina, cisteína e prolina), vegetais alaranjados como cenoura e folhas de cor verde-escura (betacaroteno), grãos, nozes, legumes e cereais integrais (vitaminas do complexo B). Com a alopecia areata instalada, um médico indicará injeções de medicamentos, uso de cremes ou ainda aplicações de substâncias como minoxidil.

Transplante à la rapunzel

Uma técnica está fazendo a cabeça de mulheres atingidas por quedas graves: os novos fios são transplantados no comprimento dos do restante da cabeça. “Assim, a paciente já sai da cirurgia com as áreas preenchidas”, diz o dermatologista João Carlos Pereira. É feito em duas etapas, no hospital, com anestesia local. O médico remove uma fita de couro cabeludo, de 1 centímetro de largura, acima da nuca. E leva a outra sala, onde enfermeiras removem a estrutura de cada fio, com microscópio de alta resolução, preparando os enxertos que serão colocadas nas perfurações feitas na área calva, uma a uma. Após a cirurgia, é preciso usar lenço para não enroscar nem arrancar os novos fios. Lavar? Depois de sete dias. Vale a pena. “O cabelo fica natural”, fala João Carlos Pereira.

(mdmulher)

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